Archivos março 2007

março 29, 2007

Freakanomics

Com certo atraso, li o Freakanomics no início do ano. O livro é fruto de uma parceria entre o economista Steven Levitt e o jornalista Stephen Dubner e, ao contrário do título, pouco tem a ver com economia. Os autores tratam de fenômenos do cotidiano e como uma maior compreensão pode ser adquirida através de métodos tradicionalmente utilizados na economia.

Entre as perguntas que tentam resolver estão "por que a criminalidade caiu drasticamente nos EUA" (resposta: legalização do aborto); "o que define pais perfeitos?" (resposta: comportamento dos pais define menos os filhos do que se pensa); "por que traficantes vivem com suas mães?" (resposta: tráfico de drogas não dá tanto dinheiro assim).

Tudo muito interessante e o grande trunfo do livro é mostrar que um olhar quantitativo em certos fenômenos pode elucidar muitas coisas. A metodologia é amplamente baseada em estatística pura, com algumas elocubrações psicológicas tiradas da Economia sobre interesse pessoal (isto é, a única coisa que é tirada da Economia é que as pessoas agem em prol de interesse próprio). Assim, o título do livro é, sim, um tanto enganoso - eu esperaria, não tendo lido críticas antes de ler o livro, que tratassem de assuntos sobre a Economia.

O livro é de leitura rápida e, como diz na contra-capa, "... você será estimulado e entretido. De quantos livros se pode dizer isso?". E para quem não quer comprar o livro, há o blog dos autores.

Robô-Ameba

Interessante robô móvel inspirado na forma de locomoção de uma ameba, em artigo no Technology Review. A tração é produzida pela "pele" externa que se move por inteiro o que, com a estrutura flexível, permite que o robô se comprima para entrar em locais de difícil acesso. O movimento da pele é gerado por contrações e expansões de diversos atuadores espalhados na estrutura. Na prática, o robô "joga" parte da sua estrutura para frente e então se comprime para arrastar o que ficou para trás. Conceito este familiar para os que cresceram vendo He-Man.

março 26, 2007

Futebol de Robôs na FURG

O projeto de futebol de robôs da FURG (o Furgbol) é destaque em matéria do Terra.

março 25, 2007

Robótica Comportamental

Uma área da ciência e tecnologia ainda inexplorada, até onde sei, é a que vou chamar de Robótica Comportamental. O termo já existe, é verdade, mas não é aplicado da maneira que eu vejo como sendo aplicado. E eu vejo como sendo aplicado da seguinte forma. Nos últimos meses, tenho utilizado em casa o Roomba, um aspirador robô. Sendo um robô pré-Robótica Comportamental, ele faz o que tem que fazer: aspirar a casa. Tirando o mérito de se ele é bom ou não na tarefa, a questão é que ele não se preocupa com outros habitantes da casa. Isto é, os engenheiros que o projetaram não se preocuparam se ele, além de executar sua tarefa, também o faz causando o mínimo de incomodação a seus donos.

O Roomba parece ter a estranha mania de me seguir pela casa, por exemplo. Se estou em um cômodo, ele tende a ir para aquele cômodo também. Eu sei, não é intencional e provavelmente um efeito psicológico fruto do fato de que eu só o noto quando ele faz isso, mas a questão é que eu gostaria que ele se dedicasse a não fazer isso. Ter um aspirador nos ouvidos enquanto se está vendo TV ou tentando trabalhar no computador pode ser bastante chato. E não é só o barulho, já que minha presença altera a forma com que o robô limpa o cômodo, geralmente batendo nos meus pés.

Com cada vez mais robôs fazendo trabalhos domésticos (fui de zero para um, representando um aumento de infinito porcento!) e comerciais/industriais, a Robótica Comportamental será a área que se preocupa em fazer com que robôs se comportem não de maneira apenas funcional, mas de forma harmônica com seres humanos (e se, no processo, deixar de assustar o bicho de estimação da casa, melhor). A área envolverá fortemente ramos da Psicologia e teremos muitos artigos científicos com títulos como "Efeitos de movimentos parabólicos na afeição para com robôs" ou "Criando vínculos de longo prazo com robôs domésticos".

E não será apenas com tarefas domésticas ou industriais que a Robótica Comportamental contribuirá. Será também com a melhoria dos atuais robo-pets - robôs de estimação como o Aibo, I-Cybie e outros. Serão desenvolvidos técnicas para alterar tais robôs de forma que nos afeiçoemos a eles com mais facilidade, ou que eles nos entretenham mais mais eficácia. No caso, será Robótica Comportamental pura, já que não há tarefas para serem cumpridas, o objetivo é unicamente a interação com pessoas. Muitas vezes serão coisas pequenas - adição de algum movimento ou comportamento aleatório, evitar repetições e outras coisas que hoje fazem até mesmo um Aibo parecer tão mecânico. É bem possível que chegaremos a conclusão que o que queremos é um robô que imite um cachorro, essa máquina viva evoluída em milhares de anos para nos agradar, mas que talvez não suje o tapete.

Enquanto escrevo isso me dei conta de que uma parte dessa área já é estudada na área de HCI - human-computer interfaces. Mas a Robótica Comportamental terá que levar adiante a idéia, já que boa parte da idéia não é sequer gerar interação com humanos mas, por vezes, evitá-la por completo. E certamente criar uma interface física, onde o próprio robô é meio de interação, torna tudo mais complicado.

Não deixa também de englobar áreas da Vida Artificial, mas a pergunta não seria como criar seres vivos ou definir o que é vida, mas sim responder a simples questão de "como fazer um robô parecer vivo?", se porventura descobrirmos (e acho que isso é razoável) que uma máquina que parece ser viva de uma forma bastante genérica é mais facilmente compreensível para humanos e, portanto, mais provável de não causar estranhezas ou medos.

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