1p.jpgO Labirinto do Fauno - Estive em POA e, em uma passada rápida pelo Arteplex, fui conferir "O Labirinto do Fauno", do Guillermo Del Toro. Apesar das excelentes críticas que o filme recebeu, acho que é muito confete para pouco filme. Trata-se de uma história esteticamente interessante, com um pano de fundo "mágico" para contar parte da cruel perseguição de Franco aos comunistas na Espanha. A heroína, Ofélia, é uma menina que chega com sua mãe grávida a uma casa na floresta, onde o padrastro e pai do bebê, Vidal, passa o tempo torturando e matando camponeses e suspeitos de pertencer as milícias comunistas. Neste ambiente, Ofélia intercala sua vida maltratada pelo padrastro com um mundo de contos de fadas, onde ela é uma princesa há muito perdida.

Embora com uma fotografia linda, os excelentes efeitos especiais se fazem ver, justamente, nas cenas cruas de tortura, cortes e espancamentos, mostrados sem nenhum pudor de contos-de-fadas. Ao mesmo tempo que atuações excelentes, como a de Vidal, que conquista a cena sempre que aparece e de Matilde, surgem, a atriz que faz a heroína é inexpressiva e parece pouco a vontade em seu ambiente. O roteiro, ambicioso, que quer trabalhar o "mágico" com o violento, tem furos enormes e irritantes, não sei se resultado da edição ou mesmo do roteirista. Uma pena. Apesar de conter uma boa idéia e um visual interessante, o filme é bem meia-boca em termos de história.