social_networking_sites.jpgPrivacidade e Fraudsters - Um dos maiores problemas que tem aparecido entre os usuários de redes sociais são os chamados "fakesters". Na época do Friendster, o "fakester" era o fake, o falso perfil. Com a popularização das redes, os fakesters começaram sair da mesmice do perfil falso, do segundo perfil e do "jogo de identidade" (como já tinha apontado a Sherry Turkle) para algo mais sério e mais preocupante: os "fradusters", ou seja, a criação de identidades fake de pessoas comuns. Começa como uma brincadeira, com indivíduos fazendo perfis de seus ídolos e passa a um momento onde os perfis são clonados, fotos são roubadas e novos perfis são criados para atingir a reputação de um indivíduo.

O problema da criação de perfis falsos para indivíduos é sério porque atinge a reputação dessas pessoas (o maior bem que se tem na Internet hoje). Com o aparecimento do problema - especialmente em outros países- para sites pornográficos, cyberbulling e mesmo para tentar atingir outra pessoa, o problema da privacidade reaparece. É disso que essa matéria da BBC trata.

Claro que parte deste problema tem a ver, como aponta o Chris McCafferty, do MySpace, na matéria, com a falta de cuidado das pessoas em colocar suas informações online. Mas só parte. Do outro lado, é preciso que os criadores e mantenedores desses sites entendam que há um difícil equilíbrio entre o público e o privado em um site de rede social. Se por um lado, a privacidade é interessante para evitar esses problemas, de outro, se exagerada, as possibilidades de interação com outras pessoas, uma das funções desses sites fica muito reduzida. Um sistema totalmente fechado pode matar a interação. Um totalmente aberto, pode expôr demais os usuários.

Acredito que a curto prazo, esses problemas vão começar a importar. E acredito que além de uma conscientização do usuário (ou "take control" como afirma a matéria da BBC), como muitos dos criadores e mantenedores desses sistemas começam a apontar, um aumento de ferramentas de controle e polícia será necessário. Afinal de contas, a responsabilidade também é deles, já que interessa manter a base de usuários. Vamos ver como esses problemas vão desenhar-se no Brasil em um futuro próximo.