[20 de janeiro de 2011]
RTs e Difusão de informações: Benefícios públicos ou privados?
Mas vejam que o retweet não é algo cooperativo simplesmente. Sua estrutura provê visibilidade e referência pra quem primeiro publicou o tweet (e, consequentemente, é retuitado). Essa visibilidade pode gerar uma rede de seguidores maior, reputação, popularidade e mesmo, autoridade e influência. Ou seja, há também benefícios privados, que são apropriados apenas por alguns membros da rede social. Vejam por exemplo, alguns RTs que mapeei nos últimos dias:
As duas redes foram mapeadas em torno das citações dos retweets, ou seja, a quem o RT fazia menção. Com 1000 nós e cerca de 1500 citações em cada, vejam que o nó vermelho (no centro), o autor do primeiro tweet é sempre o mais citado. Mesmo qdo a mensagem atinge uma distância geodésica de 10 ou 11 graus (10 ou 11 graus de distância do primeiro nó), mantem-se uma media de baixas citações e referências, quase sempre, apenas ao primeiro autor. E curiosamente, a maior parte dos nós mapeados não segue os autores que foram retuitados.
O que isso indica? Que essas pessoas que estão gerando informação recebem via RT, um grau de visibilidade bem grande e com isso, atingem benefícios que as pessoas que fazem RT não atingem porque quase sempre vão sendo cortadas da citação. Ou seja, apesar de fundamentais para fazer com que a informação vá adiante na rede, esses atores recebem pouco ou nenhum crédito pela difusão de informações.
Esses mapas são apenas exemplos que fazem parte de uma pesquisa maior e as idéias que publiquei aqui ainda são reflexões. :D Mas temos encontrado padrões parecidos em tipos diferentes de RTs. Assim, parece que a cooperação pela informação acontece junto com uma ferrenha competição pela visibilidade. Ah, odebate é bem vindo! :D
por raquel (15:38) [comentar este post]
Comentários
Vivianne Amaral (fevereiro 6, 2011 12:56 AM) disse:
Pela minha experiência de internauta o compartilhamento é a forma ("correta") de existir no ciberespaço, é uma ação intencionada, mas não é necessariamente competitiva, pois a lógica parece ser da abundância e não escassez de oportunidades.