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Peculiaridades Indianas II- A segunda peculiaridade por aqui são as vassouras. Curiosamente, as vassouras são minúsculas, consistindo de um punhado de palha ou galhos amarrados com, no máximo, um metro de altura. Daí que as pessoas varrem tudo com as tais vassourinhas. É estranho porque parece ser um processo super doloroso, já que o sujeito precisa varrer agachado ou dobrado em direção ao chão para conseguir usar a tal vassoura. E todo o santo dia, já de manhã, estão as mulheres (e os homens!) munidos destes objetos, varrendo interior de prédios, ruas, pátios e etc.. Parece ser algo muito popular, já que os vendedores de vassouras também estão por todos os lados. Tentei várias vezes conseguir uma foto do processo, mas é muito difícil porque eles são rápidos no trabalho. Então vai essa aqui, que ilustra um pouco das minhas observações sobre a Índia.

Peculiaridades Indianas - Roubei do Ricardo, que postou o vídeo primeiro. A primeira peculiaridade é o famoso trânsito. As imagens mostram perfeitamente como é o trânsito por aqui e que coisa mais bizarra parece aos olhos dos ocidentais. No entanto, apesar de ter visto várias pequenas batidas, raramente vi alguém se machucar ou algum carro destruído. Agora imaginem o que é dirigir por aqui...

Chandigarh - Passei os últimos dias em Chandigarh e hoje volto para Bangalore. Minha experiência mais interessante foi a vinda para esta cidade, de Delhi, em um trem. A Índia tem uma das melhores malhas ferroviárias do mundo mas, infelizmente, as estações e os trens não seguem um padrão muito alto. A maior parte dos vagões é suja, sem ar condicionado (num calor de 42, 43 graus) apertada e entupida de gente. Fora que não se tem espaço para bagagem. A gente foi num trem que tinha alguns vagões um pouco melhores, com ar e poltronas. Mas mesmo assim, não foi lá uma experiência muito agradável. A melhor parte ainda é o fato de poder olhar um pouco do interior do país nas 04 horas que levamos de Delhi até aqui. Ah, Chandigarh também fica no sopé do Himalaia. No horizonte, é possível divisar as montanhas. Pena que tive tanto trabalho que não consegui passear por aqui.

Formatura - Hoje é o dia da formatura da turma de Comunicação de 2007/1. Infelizmente, não estarei presente, pelo óbvio motivo que estou do outro lado do mundo. Mas mesmo assim, estou felicíssima pelos formandos, e estou com eles em pensamento. Espero que seja um momento especial, como todas as formaturas devem ser, e que todos gostem muito do evento. Parabéns, formandos!

Gurgaon - Passei esses últimos dias trabalhando em Gurgaon, uma cidade-satélite em torno de Delhi, onde ficam todas as companhias de tecnologia. O office do Google aqui é lindo, o mais bonito de todos. É enorme, quase maior que o de Hyderabad, onde a empresa começou na Índia. Hoje estou saindo para a última etapa de trabalho, indo para Chandigarh, uma cidade ao sopé do Himalaia, que, segundo contam, foi projetada pelo Le Corbusier. Vou de trem, o que vai ser uma novidade, e volto de avião para Bangalore, de onde volto para o Brasil.

Gurgaon é um enorme canteiro de obras, cheio de prédios enormes sendo contruídos. Há pó por todos os lados e acho que representa bem o crescimento da economia indiana. Praticamente toda a grande companhia do mundo tem uma sede aqui. Não cheguei a andar muito por Delhi, mas acho que se aproxima das ruas largas de New Delhi. É bastante impressionante, mas igualmente cheio de contrastes, como o resto do País. Junto aos enormes prédios, favelas e casebres aparecem no meio de tudo.

Outra informação pertinente, a previsão para hoje são outros 40, 40 e poucos graus. Só quero ver eu não ter um treco quando estiver indo para a estação de trem, em pleno sol das 15h. :)

Calorão - Mais de 40 graus aqui em Delhi. Calor absolutamente infernal. Ontem torrei meu nariz na excursão ao Taj e hoje tá totalmente vermelho e dolorido. Estou com saudades do frio de lascar. :P

Taj Mahal - Hoje dei uma fugida e fui até Agra, visitar, finalmente, o Taj Mahal. Com um calor sufocante (foi o dia mais quente que jah vivi na vida, certamente, com 35 graus de temperatura, mas sensação térmica de 37 ou 38 graus), caminhamos pela tumba e tiramos fotos legais. O lugar é mesmo de embasbacar. Pena que a quantidade de gente querendo te vender tralhas ou te tirar dinheiro e o preço exorbitante da entrada (500 rupias mais 5 dólares para estrangeiros e apenas 20 rupias para indianos) tirem parte da graça de visitar uma das novas 7 maravilhas do mundo.

Ainda em Pune - Hoje saio para Delhi a penúltima etapa da minha viagem pela Índia. :-) Li todo o Harry Potter. Nada muito inesperado, não gostei muito. Acho que o final que eu queria/esperava não aconteceu e assim, acho que a série desandou lá pelo livro 5. Enfim, leiam as suas cópias da Cultura e do Submarino e depois comentem.

Junto com o HP, comprei mais vários livrinhos. Dois do Amitav Ghosh, um indiano de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas que todo mundo por aqui comenta: The Glass Palace e The Hungry Tide.Comprei também Shantaram do Gregory Roberts, que está na lista dos mais vendidos aqui, provavelmente porque se trata de uma temática indiana. Por fim, comprei Kashmir Pending, do Naseer Rahmed e Saurabh Sing, uma nova HQ (esse é presente para o Érico, que só ganha se comentar aqui e dizer que está vivo e com saudades.:P)

Pune - Estou em Pune, mas a Internet aqui no hotel é uma droga. Esperem poucos posts, já que aqui não temos escritório para aproveitar a rede. Daqui a 2 dias partirei para Delhi, onde encontro o chefe (o nosso PM) e lá tem office, então que conseguirei postar mais coisas. :-)

Comprei o Harry Potter 7 em Mumbai, dia 21, pela manhã. Muito divertido ver a livraria cheia de crianças comprando o livro, outras sentadas por todo o chão, lendo e mais outras ainda numa salinha, ouvindo a história que estava sendo lida por uma funcionária devidamente caracterizada. Achei o máximo tantas crianças lendo o livro, completamente compenetradas.

Não gostei muito de Mumbai, no entanto: Muito poluída, muito cheia, muito pobre (o índice de desigualdade social lá deve ser altíssimo, mesmo em relação ao resto da Índia). Mas o trabalho lá foi bem legal. Ontem também jantamos em um bar da moda, onde normalmente vão os atores de Bollywood. Bem legal, mas a comida era super-spicy. :-)

Mumbai - Mumbai se parece com quase todas as grandes cidades brasileiras. É cercada de favelas, com barracos de pessoas muito, muito pobres. Além disso, é super poluída, quente e totalmente úmida. (Agora sim, clima de selva.) Cheguei ontem à noite, mas a Internet no hotel é cara, então que estou conectando mais do escritório.

Acho que, desta vez, com olhos não doentes, estou gostando mais da Índia. Com suas semelhanças e particularidades, ainda é um país de contrastes muito parecidos com os do Brasil. É um lugar que parece reconstruir-se com a economia em plena ascenção, com grandes obras sendo executadas por todos os lugares, grandes prédios e ruas. Mas, ao mesmo tempo, a pobreza parece ser muito mais ampla que a do Brasil, com um grande e expressivo número de miseráveis. E não parece existir qualquer tipo de programa governamental de inclusão social.

Além disso, a Índia é um país de pessoas interessantíssimas e tradições milenares. Essa coisa da tradição é que é tão difícil para pessoas que vêm de um país de 500 anos compreenderem. São coisas que estão aqui por muitas gerações. Os templos por todos os lados, as diferenças de comportamento, o trânsito caótico, tudo é muito característico. Não é, exatamente, um lugar bonito, mas é antropológico. E muito interessante.

Hyderabad - Estamos, desde ontem, em Hyderabad. Conhecemos a sede aqui, é bem grande, a maior da Índia. A parte da cidade onde estamos é consideravelmente mais feiosa que Bangalore, além de ser bem mais quente. De resto, já estivemos aqui no começo do ano, então, não tem nada muito diferente. Amanhã mesmo devemos ir para Bombay, onde ficaremos mais alguns dias.

Notícia legal, achei numa lojinha aqui o The Children of Húrin, que eu ia encomendar na Amazon, mas ainda não tinha feito. Bom preço (menos de 20 reais) e livro de capa dura e mais de 400 páginas.

Comunidades Virtuais e Sites de Redes Sociais - Eu tinha um outro post aqui, mas como o MT resolveu ficar revoltado comigo e não me deixar consertá-lo, mudei de idéia e resolvi postar um comentário sobre algo que sempre volta a tona nos debates.

Considero que existe um imprecisão enorme com alguns conceitos relativos à terminologia de redes sociais na Internet tanto por parte da mídia, quanto por parte da Academia. É comum, por exemplo, que se leia por aí que o Orkut ou o Facebook são "comunidades virtuais". Não são, no meu entender. Vejam bem: esses sistemas são plataformas de interação, que as pessoas utilizam para fazer contatos, encontrar amigos e mesmo fazer novos amigos. Ou não. Esses sistemas são sites de redes sociais, ou seja, um tipo especial de site, que permite aos usuários construir um perfil que o identifique e que possuem, de forma associada, um sistema de interação com outros usuários. Sites de redes sociais, além disso, proporcionam que as pessoas possam visualizar os amigos e amigos de amigos, podendo interferir e reconstruir essa rede social (essa definição tem elementos da da danah boyd).

Sites de redes sociais podem oferecer um espaço onde as comunidades virtuais possam surgir. Isso porque uma comunidade refere-se a um grupo de pessoas que podem (ou não) estar associados a um sistema como o Orkut. Na minha tese, desenvolvi a idéia de que as comunidades virtuais podem ser baseadas unicamente em um pertencimento associado a uma interação reativa (vejam os conceitos do Alex Primo), que é uma interação social baseada em ação e reação do sistema (por exemplo, adicionar outros usuários no Orkut) ou baseadas em um pertencimento relacional (nascido do "sentir-se parte de um grupo" onde as pessoas conversam e trocam informações).

Assim, que o Orkut ou o Facebook podem ter várias comunidades associadas, mas não são, em si, comunidades. São meros sites ou, para ser mais específica, sites de redes sociais no meu entender.

William Kamkwamba's blog - Uma das histórias mais legais que eu já li na Internet está no blog de William Kamkwamba, um jovem africano que não teve a oportunidade de continuar a estudar e, mesmo assim, conseguiu melhorar a sua vida e a dos seus através dos livros (e agora, da Internet).

Bangalore ainda - Bangalore é realmente uma cidade bastante metropolitana. Há mais pessoas aqui com roupas ocidentais, embora a expressiva maioria das mulheres use roupas típicas indianas. Além disso, há calçadas, o trânsito é mais organizado e a cidade é bastante bonita. Também parece pouco perigosa para uma metrópole. Claro, como todas as grandes cidades por aqui, é infestada de tuc-tucs e motos. Mas estou gostando mais do que da outra vez em que estive na Índia.

No final de semana fomos na parte comercial (e caótica) da cidade comprar coisinhas. Também passeamos um pouco na volta da casa onde estamos ficando. Jantamos em um restaurante tailandês excelente - melhor que o Koh pee pee - em termos de comida. Hoje ainda estamos por aqui até a tarde, quando devemos ir a Hyderabad.

Pedindo uma Pizza na India - Hoje passamos um sufoco tentando pedir uma pizza. Bem, não sei se todo mundo sabe, mas a Índia tem duas línguas oficiais: o hindi e o inglês. Além delas, há quase uma centena de idiomas menores e línguas locais, que determinados povos e grupos falam. Então que um indiano típico geralmente fala umas três línguas. O problema é que o inglês não é exatamente uma segunda língua, mas uma terceira (ou quarta ou quinta), já que todos, em geral, falam bem o hindi e a língua local de onde nasceram. Então que é extremamente difícil de compreender o inglês de muitas pessoas. Além do sotaque, eles têm elementos lingüísticos malucos que não fazem nenhum sentido (para nós). Hoje tentamos pedir uma pizza, já que não tem comida na casa onde estamos ficando porque é a folga do cozinheiro, e também porque estamos simplesmente cheios da pimenta da típica comida indiana. Então que a opção foi pedir uma pizza. Só que quem disse que entendíamos o atendente? Falando muito rápido e com um sotaque tremendo, era praticamente impossível entender qualquer coisa. Depois de um tempo, desistimos e resolvemos tentar pedir pela Internet. E daí eis que... o entregador resolve ligar para pedir indicações do endereço - que obviamente não temos, porque não somos daqui. Ufff... está difícil a coisa.

Facebook strikes back - Há um considerável tempo atrás eu achava o Facebook apenas mais um site de rede social, e um muito chato, diga-se de passagem. Nos últimos tempos, o sistema vem crescendo e fiquei curiosa de novo. Fui lá e fiz um novo cadastro (mais fácil agora que o sistema está aberto). Fiquei muito bem impressionada. O Facebook conseguiu incorporar várias "bobagenzinhas" de outros sites, como o Flickr, o Last FM e o Twitter, por exemplo, graças à proposta de permitir aos usuários que construam seus próprios "plug-ins". Com essa proposta "aberta", o Facebook ficou muito mais interessante, permitindo personalizações de perfil que eu ainda não tinha visto em nenhum outro site.

Com essas novidades, o Facebook começou a apresentar um constante crescimento, ao ponto de começar a ameaçar a supremacia do MySpace nos EUA, por exemplo. Por conta disso, muitos pesquisadores vêm discutindo o fenômeno como uma migração entre sites de redes sociais, onde as pessoas começariam a trocar um site pelo outro. Não achei, ainda, nenhum trabalho que foque o fenômeno, mostrando se as pessoas realmente estão migrando, ou se apenas estão construindo perfis em ambos.

Apesar da "teoria da migração", digamos assim, apresentar alguns elementos provocativos, afinal de contas, ninguém consegue realmente usar para fins sociais quatro ou cinco sites de redes sociais, acho que se está, na verdade, em um ponto de desequilíbrio. Por um lado, a quantidade enorme de novos serviços - como o Twitter e o Pownce que Alex comentou no blog dele - demanda uma quantidade enorme de tempo disponível, que muitos usuários não têm. Por outro, cada novo site oferece algo além dos anteriores. Parece-me, assim, que o caminho é por um sistema mais "integrador", nos moldes daquilo que o Facebook, hoje, oferece: uma arquitetura que permita integrar cada vez mais as novas ferramentas em uma única interface, ao gosto do usuário. Veremos.

Bangalore - Estou na Índia, mais precisamente em Bangalore, após um longo vôo do Brasil com uma parada em Londres. Devo ficar aqui por alguns dias, a trabalho. Hoje dei uma passada no Google Office, que é bem parecido com o do Brasil. Amanhã devo passar o dia trabalhando lá.

Eu ainda não tinha estado em Bangalore, que parece uma cidade em franco crescimento, menos pobre que as outras cidades que visitei. Bem interessante. Tem muitas empresas de tecnologia por aqui, é impressionante. A quantidade de novos prédios enormes sendo construída também é grande. A impressão é que a cidade inteira está em obras. Fora isso, apesar da temperatura não ser muito alta, está um calor do cão, úmido como uma selva. (E o pessoal daqui disse que Bangalore tem a temperatura mais agradável de todas as outras cidades para onde vou.) Assim que conseguir, coloco algumas fotos da cidade no Flickr.

I'll stick around

I've taken all and I've endured
One day this all will fade I'm sure

I don't owe you anything

I'll stick around
And learn from all that came from it

Blog - Estou com pouco tempo para o blog, muito trabalho dentro e fora da universidade. Assim que conseguir um tempo um pouco maior, posto algumas coisas novas.