Scarlett Johansson continua atacando a geriatria: agora é a vez do Bob Dylan.

Jason Statham em novo filme, >Crank - onde ele é um cara que tem que ficar 24 horas com picos de adrenalina, senão cai duro - no LA Times:

"I have blown out all the tendons in my ankles. I have shoulder injuries. My wrists are screwed up."

So why does he keep doing it?

"Because I'm stupid," he says.

Quem é que não gosta dos filmes do Statham?

Sua mulher, Nicole Krauss, também escreve, aliás, muito bem. Ela parece mais influenciada que você por escritores judeus como Philip Roth e Isaac Bashevis Singer. Vocês discutem literatura em casa?

Sim, naturalmente, mas não muito. Quando volto para casa, estou tão cansado de escrever que não tenho mais disposição para discutir. É como aquela piada de ginecologista, você sabe, aquele em que ele volta para casa e, ao ser abordado pela mulher, ansiosa para fazer amor, rejeita o convite com um olhar de desânimo após ver tantas... bem, você sabe o resto...

Diz o Jonathan Safran Foer no Estadão. E é uma grande mentira, vendo os paralelos óbvios entre os livros do Foer (as rupturas, a polissemia, os personagens infantis, o foco na memória, o resgate da tradição judaica) e o da Krauss, A História do Amor - que, como todo livro que gosto, li rápido demais.

Cardigans e Gang of Four em Floripa dia 8 de setembro, sexta-feira, meio do feriadão.

Alguém sabe de excursões saindo de Porto Alegre? Alguém interessado em organizar uma?

ericoassis[at]gmail.com

Departamento de Aquisições

As coisas que eu mais tenho adquirido são passagens de ônibus. Estive em quatro cidades em duas semanas, e fazia quinze dias que não dormia na minha cama. Desemprego era tão mais legal.

O que tem me salvado nas viagens é esse trequinho:

Polyphonic Spree cura qualquer banzo. Bandinhas recém-descobertas, Band of Horses e Tilly and the Wall, alegram meu dia. Até redescobri umas coisas que nunca tinha ouvido com atenção, tipo Saturday Looks Good to Me. E a qualquer hora, em qualquer lugar, é só ter os fones no bolso. Isso é tão 1998.

(A banda ali do meio, Tilly and the Wall, além de maravilhas como "Nights of the Living Dead", tem uma baladinha escondida no fim da última faixa, daquelas em que a vocalista quer provar que tem voz. É um saco empurrar a faixa por 9 minutos no player, mas vale a pena quando chega lá.)

Tenho também um novo escudeiro para as viagens:

Ele ainda tem que levar umas bordoadas até ficar configuradinho bonitinho, mas tá no caminho.

Esses a editora mandou. Junto com esse:

Página 49:

Meu irmão e eu costumávamos fazer uma brincadeira. Eu apontava para uma cadeira. "ISTO NÃO É UMA CADEIRA", diz. Bird apontava para a mesa. "ISTO NÃO É UMA MESA." "ISTO NÃO É UMA PAREDE", eu dizia. "AQUILO NÃO É UM TETO." Prosseguíamos assim. "NÃO ESTÁ CHOVENDO LÁ FORA." "MEU SAPATO NÃO ESTÁ DESAMARRADO!", Bird gritava. Eu apontava para o meu cotovelo. "ISTO NÃO É UM ARRANHÃO." "AQUILO NÃO É UMA CHALEIRA!" "NÃO É UMA XÍCARA!" "NÃO É UMA COLHER!" "NÃO SÃO PRATOS SUJOS!" Negávamos quartos inteiros, anos, o tempo que fazia. Uma vez, no auge da gritaria, Bird respirou fundo. Com toda a força urrou: "EU! NÃO! FUI! INFELIZ! A VIDA! TODA!". "Mas você só tem sete anos", eu disse.

Nicole Krauss é esposa do Jonathan Safran Foer. Eles conversam bastante antes de dormir.

Só pela capa, claro.

Também tive que comprar vários daqueles manuais imbecis de publicidade que ousam chamar de livros. Mas esses não merecem citação.

A Americanas ali do Moinhos errou o preço na etiqueta. 59,90. Tinha outra caixa, idêntica, na mesma prateleira, por 20 reais a mais. É alguma força superior dizendo para eu completar minha coleção.