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março 3, 2003

Gangs of New York

nygangs.jpgAcho que fui uma das poucas pessoas a realmente gostar de Gangues de Nova York. O filme é longo, é verdade, mas muito bonito e bem produzido. E a história é fascinante: mostra as diversas esferas de poder que existiam na época e suas relações, bem como a relação de tudo isso com a construção da "américa" como a conhecemos. Não é um filme patriótico, pelo menos não extremado. Ao contrário, mostra ambos os lados de uma América incipiente.

E é um filme violento. Pois há brigas, facas, tiros o tempo todo. Mas não é violento como O Resgate do Soldado Ryan, onde você vê órgãos, sofrimento e sangue de uma forma crua e excessivamente realista. Em Gangues de Nova York tudo é um pouco escondido. Você vê que a pessoa esfaqueou a outra, mas o ferimento nunca é mostrado, apenas há sangue, talvez até pelo fato histórico de usarem muitas camadas de roupa nessa época. Há cenas mais chocantes, mas essas são mostradas em flashes rápidos pelo menos. Enfim, a violência foi utilizada como uma ferramenta necessária e não como um mero propósito para o filme.

Daniel Day-Lewis está excelente, provavelmente ajudado por um personagem muito bom. E, incrível, achei o DiCaprio muito bem também, apesar de ser um personagem muito mais fraco.

E já que estamos falando de filmes, Um Grande Garoto foi uma decepção. Vendo o filme e depois o livro, talvez até seja interessante, mas não leia o livro e depois veja o filme. Hugh Grant está bem no papel de Will, mas praticamente todos os outros atores parecem errados. O ator que interpreta Marcus é, aliás, um ser demoníaco. O que são aquelas sombrancelhas? Dá medo. Fora isso, mudaram demais a história, tiraram o foco das coisas importantes e dos personagens interessantes. Também removeram boa parte da carga pop-cultural que acompanha o livro (e todos os livros do Hornby). Ruim.

6 comentarios

"Não é um filme violento..." Apenas tem um hora que o cara arranca os intestinos do outro e joga no chão enquanto esfaqueia. :) Tri pouco violento.

Ah, esqueci de falar da cena em que a mulher arranca a orelha do cara a dentadas. E algum tempo depois, a gente descobre que ela faz coleção de orelhas pq ela chega no bar e dá a orelha para o tio do bar, que coloca num vidrinho cheio de orelhas e sangue.

Super fashion.

tb não é um filme patriótico. Soh ficam monstrando as torres gemeas por 15 minutos dizendo "vamos americanos. vamos defender o que é nosso: o mundo"

O filme mostra bastante violência, é verdade. E... Droga, lá vou eu outra vez: parece história em quadrinhos! E eu gostei um monte! Não assisti aquilo como um filme que conta História, mas que conta estória. Foi divertido.

Ver um filme do Scorsese e não querer violência é um pouquinho demais. No Cabo do Medo tb tem um negócio de arrancar orelha, ou metade de uma orelha, algo assim. As pessoas levam os filmes a sério demais :P

O que mais me surpreendeu não foi a violência gráfica do filme, mas a sujeira da história dos Estados Unidos. Eu nunca estudei muito, mas achei aquilo muito pior do que a nossa história.

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el março 3, 2003 9:50 AM.

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