Archivos abril 2004
abril 28, 2004
Hitchhiker trilogy
O primeiro é ótimo. Tem um estilo original, uma estória/história original e humor afiado. O terceiro ("Life, the universe and everything") ainda achei bom. A história/estória não tem a força do primeiro, principalmente por perder originalidade, mas o estilo e piadas redimem tudo. Já o quarto ("So long and thanks for all the fish") achei meio ruim. A estória/história já se torna batida e o autor, presumivelmente para compensar, tenta adicionar romance e, oh, sexo na mistura. Mas nesse ponto o estilo também já perdeu sua força e começa-se a notar que as piadas são um pouco repetitivas demais.
Assim, creio que nem o segundo salvará a "trilogia", já que aparentemente é pelo excesso de leitura que acaba-se concentrando nas falhas e quebrando o encanto e agora é tarde para não ler mais os que já li. Lerei o quinto por respeito ao autor e o segundo por que será o único que faltará para ler todos. Depois vou esperar o filme. Ou os quadrinhos do Gaiman.
abril 27, 2004
Virtual e real
Sempre que se representa a visão de um robô em filmes temos a imagem real do que ele está vendo e uma grande quantidade de dados em volta, além de uma cruz no centro para mirar corretamente sua arma de destruição preferida. Pois a tecnologia para trazer isso para humanos está praticamente pronta, segundo a BBC. Trata-se de um sistema que projeta, utilizando lasers, imagens superpostas diretamente na retina. Assim, você vê normalmente as coisas à sua volta mas com informações adicionais colocadas pelo sistema.
Os usos para tal tecnologia são amplos. De acordo com o artigo, a técnica já está em uso em indústrias automobilísticas, permitindo que técnicos tenham informações sobre peças sendo visualizadas. Se a ciência de reconhecimento de padrões, rostos em particular, tomar fôlego, poderemos andar na rua e ter um "profile" completo das pessoas instantaneamente. Alie isso ao Orkut e você saberá o que a pessoa gosta, que amigos vocês tem em comum e tudo mais. Ao dirigir, você terá informações sobre a velocidade dos veículos à sua volta, mapa das ruas ou qualquer outra informação relevante. Cirurgiões terão um feedback valioso durante as cirurgias.
Mas se unirmos isso com a tendência de termos propagandas em tudo, prevejo que será a tecnologia mais irritante que já inventamos. Andando na rua, bastará olhar para qualquer coisa e logo aparecerão informações sobre onde comprar, preços e atores dizendo que adoram o produto... Pensando bem, isso já acontece de certa forma com a quantidade de propaganda espalhada por aí, apenas não há um laser entrando em nosso olho.
Opera M2
Ainda em busca de um cliente de e-mail novo (já que não há previsões para atualizações e melhorias no Outlook Express), resolvi experimentar o M2, cliente de e-mail integrado ao Opera.
O M2 é interessante no conceito de organização das mensagens. Não há "pastas", há "views". O conceito de "views" é bastante diferente, trata-se de um filtro local para mensagens. Assim, todas mensagens ficam em uma única pasta geral e a organização destas se faz através destes filtros locais. Isso permite que uma mesma mensagem apareça em mais de um local. Por exemplo, uma mensagem de um amigo para uma lista de discussão pode ficar arquivada tanto na pasta destinada ao amigo como na pasta destinada à lista. Em outros clientes isso é impossível, uma mensagem é sempre única e só pode existir em uma única pasta. Pode-se também apagar "views" sem apagar as mensagens associadas, criando uma maneira simples de reorganizar tudo.
O contraponto é que é uma confusão configurar o sistema. Perde-se muito tempo criando os filtros e verificando se realmente as mensagens desejadas estão ali. Mas uma vez tudo configurado, creio que o uso se torne bastante simples e eficiente. Não cheguei nesta etapa, ainda.
Outros pontos ruins, mais ou menos solucionáveis: o M2 não consegue importar os e-mails do Outloox Express. Tive que converter as caixas usando o DBXConv e então importar. Também é ruim não poder rodar o M2 em modo "stand-alone", é necessário abrir o Opera para então acessá-lo. Como resultado, acaba-se usando o Opera (navegador) também, que não é de todo ruim, mas eu gosto do Firebird. Esse problema parece ser solucionável parcialmente utilizando-se um tema especial para o Opera, chamado "Hugin and Munin", que dá a sensação de se estar rodando navegador e cliente de e-mail em aplicações distintas. Não testei ainda, porém.
Não sei se vou migrar ainda. Preciso fazer um esforço para me acostumar com o sistema de organização e ainda falta descobrir como funciona o sistema de controle de spam (e verificar se é eficiente). Além disso, há a questão do M2 ter banners de propaganda na versão grátis. Isso incomoda. O negócio é esperar o Thunderbird versão 1.0 e ver como será para só então decidir...
abril 23, 2004
Life, the Universe and Everything
Ler em inglês é mais complicado, mas também mais rico. Em algumas partes tenho certeza que estou perdendo alguma piada devido à língua, mas essa sensação é melhor do que ter a piada filtrada previamente pelos tradutores. E é muito mais fácil imaginar Arthur Dent com um sotaque inglês assim.
O livro segue o estilo do primeiro. Humor nonsense, guinadas imprevisíveis na estória, pensamentos profundos disfarçados de piada. Realmente terei que ler os demais também, creio que são cinco ao todo. E estou apenas uns 20 anos atrasado...
(P.S. também é interessante notar que a edição original de "O Guia..." tem prefácio de ninguém menos do que Neil Gaiman. No Brasil, a editora resolveu que Bradley Trevor Greive é muito mais representativo. Complicado.)
abril 18, 2004
Hipótese Nestlè
Que diabo de regra utilizam para escolher que chocolates colocar nas caixas de Especialidade Nestlè? Não são fixas as variedades de chocolate, fora algumas constantes óbvias: Charge, Milkybar e Chokito. Mas esses são comuns. Os "especiais" mudam constantemente. Não parece ser aleatório.
Até agora a única hipótese que consegui formular e que funcionou nesta páscoa foi: só há Crunch se houver apenas um Chomp. Onde há dois Chomps, não há Crunch. Nunca há mais que dois Chomps e no máximo há um Crunch.
E nestas todas eu ainda prefiro as Especialidades Lacta.
abril 17, 2004
Sinapses
Uma coisa interessante da teoria das probabilidades: todo evento improvável, quase por definição, deve ocorrer em algum momento. Todas evidências atualmente apontam que tudo que pensamos e lembramos está armazenado em nosso cérebro, na forma de conexões de intensidades variáveis. O que diferencia você de outra pessoa são as formas destas conexões. Em parte, estas conexões se fazem de forma aleatória, apesar de guiadas por laços de realimentação em aprendizados.
Mas se supormos que alguma disfunção possa fazer com que as ligações efetivamente se façam de forma aleatória, mas que se estabilizem depois de um tempo, o que pode acontecer? Provavelmente teríamos um cérebro totalmente disfuncional. Mas com bilhões de pessoas no mundo e milhares de anos pela frente, algumas destas conexões aleatórias seriam coerentes. Com uma probabilidade muito muito pequena, o cérebro poderia se ligar da maneira exata como a de qualquer pessoa no mundo. Ou como a personalidade da pessoa em questão mesmo, mas com um conhecimento a mais. A pessoa que sofresse isso poderia acordar um dia sabendo falar alemão. Está certo, grandes chances de acordar sabendo falar uma língua absurda, mas há chances de ser uma língua absurda idêntica ao alemão.
Supondo que isso não é de todo impossível, outras variações mais interessantes poderiam ocorrer: pessoas acordando sabendo coisas que atualmente não se sabe. A origem do Universo, por exemplo. Ou sabendo desenvolver tecnologias incríveis. Existe um paradoxo de viagens no tempo que é o seguinte: um visitante do futuro viaja ao passado e revela uma teoria ainda não descoberta. O paradoxo é que tal teoria não teria sido descoberta se o viajante não tivesse retornado para informá-la, logo ele próprio não a teria. A questão toda é: de onde saiu a informação? Isso é tido como uma violação do princípio da entropia, onde deve haver gasto de energia para aumentar a ordem (leia-se informação) de um sistema. Mas informações são unicamente conexões sinápticas que, com um alto grau de improbabilidade, podem se formar "do nada" em cérebros.
Talvez tenhamos que ter um "motor de improbabilidades", como no Guia do Mochileiro das Galáxias, para que um único exemplo disso ocorresse. Mas há pessoas no mundo que aprendem a falar línguas estranhas a elas, acreditam ser outras pessoas, lembram de eventos remotos ou futuros e locais que nunca visitaram. Explicações para isso incluem memória genética, espíritos, telepatia, percepção extra-sensorial e uma gama de outras hipóteses que exigem uma profunda modificação das leis da natureza como a conhecemos atualmente. Podem até estar corretas, mas minha explicação só exige uma grande quantidade de pessoas e/ou um grande intervalo de tempo. Não estou dizendo que acredito que seja uma hipótese razoável, mesmo por que creio que existam explicações muito mais banais para a grande maioria dos eventos estranhos, apenas quero mostrar que, improvável por improvável, prefiro uma hipótese que não viole leis e conceitos já bem estabelecidos e testados.
A única evidência que tenho que isso pode ocorrer é que esta idéia toda me veio do nada, se formou na minha mente sem que eu tenha me dado conta. E na verdade eu queria escrever um conto sobre um garoto que aprende uma tecnologia alienígena exatamente desta forma e sobre pesquisadores procurando explicações quando, em princípio, tudo foi aleatório. Mas agora já desperdicei a idéia neste post.
abril 16, 2004
Los Hermanos
Bom o show dos Los Hermanos. E interessante de ver como tem máquina digital, eu estava bem no fundo e foi possível ver todos aqueles monitorzinhos acesos durante o show inteiro. O que esqueceram de dizer para as pessoas é que flash não tem alcance longo e que não adianta usá-lo em shows a menos que você esteja na primeira fila, caso contrário saem mais cabeças de pessoas do que a banda.
Mas o do ano passado, no Opinião (POA), eu achei melhor. E na época eu nem conhecia uma única letra de uma única música (exceto Ana Júlia, claro). Não sei o porquê, porém, de eu ter achado melhor. Acho que era a barba do Camelo,
abril 15, 2004
Pseudo-ciência
Excelente, mas curto, artigo na Scientific American. Apenas um trecho abaixo:
Naturalmente, não são só os americanos.
abril 14, 2004
Água?
Interessante, cientistas inventaram um líquido parecido com água mas que não molha. A menos que seja uma notícia de primeiro de abril atrasada, o líquido permite mergulhar um livro, retirá-lo e folheá-lo normalmente. Mais: em apresentação em um programa de TV (fotos nesta matéria) mergulharam um notebook e uma televisão, que funcionam normalmente dentro do líquido.
Trata-se de um "Ketone Fluoretado", ou algo assim. Até onde entendo, deve ser uma estrutura que não conduz eletricidade e baixíssima viscosidade. Eu imagino bilhões de pequenas esferas translúcidas que escoam facilmente, não "molhando" as coisas que toca. Algo assim. Porém, o líquido pode extinguir chamas, tornando-o ideal para combater incêndio em locais onde a água poderia causar ainda mais estragos.
abril 13, 2004
GMail
O que há de errado com as pessoas? Uma senadora americana quer proibir o nem ainda lançado serviço de e-mail do Google, o GMail. Isto por que em alguma cláusula do contrato de serviço indica que o Google pode "ler" as mensagens em busca de palavras-chaves para apresentar anúncios contextualizados. Mais ainda, o serviço não necessariamente apaga as mensagens quando o usuário deseja, mas pode mantê-las nos arquivos por algum período.
Bem, para começar, o GMail provavelmente fará tudo de forma automática. Isto é, não haverá uma pessoa lendo seus e-mails. E quem se importa se os e-mails ficam no servidor mesmo depois de eu ter mandado apagá-los? Desde que outras pessoas não tenham acesso a eles, não faz diferença alguma.
Agora, se alguém se sente incomodado com isso tudo, o que aconteceu com simplesmente não usar o serviço? O Google não está impondo isto a ninguém, quem quiser usa, quem não quiser que arranje outro provedor. Simples assim. Um senador tentar proibir a criação de um serviço apenas por que ele não usaria é ridículo. Está certo que talvez devam obrigar o Google a deixar explícito esses fatores antes da pessoa adquirir o serviço, afinal nem todo mundo entende conceitos de privacidade e é tarefa do governo facilitar esse tipo de coisa, mas daí a proibir o serviço parece ser ir longe demais.
Mais sobre isso em matéria da BBC.
Se tudo mais falhar, pelo menos sei que estou bem protegido: ninguém aguentaria ler mais que meia dúzia de meus e-mails sem entrar em coma profundo. Chatice também é proteção.
abril 12, 2004
Sphere XP
Um conceito interessante: interfaces em três dimensões. A Sun andou divulgando há algum tempo uma plataforma que utiliza este sistema, denominado de projeto Looking Glass. A idéia é que as janelas não se mostrem em duas dimensões, como são agora, mas que o usuário possa dispor de um desktop 3D e as janelas podem ser colocadas em qualquer lugar. Isto quer dizer que você pode ter janelas de aplicativos jogados no fundo do desktop, literalmente, e outras mais próximas para poder ler, além de organizá-las em perspectiva.
Se é difícil visualizar o conceito sem experimentar, já há uma versão experimental desta interface para o Windows XP, mas não da Sun. Chama-se Sphere XP e, se nada mais, promete dar dor de cabeça aos usuários. Eu, pelo menos, em 5 minutos de uso, já tinha perdido quase todas minhas janelas. Não tem metade dos recursos propostos pela Sun, mas ainda assim vale a pena dar uma olhada.
abril 7, 2004
Laser
Alguém por favor me diga como passar da fase 17 deste jogo: http://tom.madoka.be/stuff/funstuff/shockwave/laser/laser.swf
Quem ver o jogo talvez se lembre de outro chamado "The Incredible Machine", que era como aquela introdução do Castelo Rá-Tim-Bum: tinha que se ligar uma determinada coisa utilizando todo tipo de engenhoca: bolas de boliche, ventiladores, ratos correndo em rodinhas etc. Muito divertido. Nessa mesma linha havia um chamado "Goblins", mas ao invés de engenhocas se controlava alguns seres com capacidades distintas. Com um pouco mais de ação havia "Lost Vikings", um dos mais simpáticos. Mas, claro, o precursor de tudo isso é "Lemmings".
Esses são todos jogos dos anos 80 ou início dos 90. Indo nos links acima dá baixar todos. Mas passe da fase 17 do primeiro link antes, por favor.
abril 5, 2004
O Guia do Mochileiro das Galáxias
O livro trata de um inglês comum, Arthur Dent, que é um dos dois terrestres salvos antes do mundo ser demolido por uma raça de alienígenas pois estava no caminho de uma via expressa espacial. Sua salvação foi sua amizade com um famoso mochileiro espacial, Ford Prefect, que conseguiu uma carona para fora da Terra no último momento. A partir daí, uma grande aventura os espera. Tchã tchã tchã tchan. O livro não é uma ficção científica pois merece uma classe a parte, talvez "paródia científica". O autor, Douglas Adams, é insano. Digamos que se a turma do Monty Python resolvesse escrever um livro de ficção científica o resultado seria mais coerente do que este livro. E aí reside a graça toda, o livro é uma grande comédia, fazendo brincadeiras com a tecnologia e com a filosofia.
E se você escuta Radiohead vai gostar de saber que "Paranoid Android" é um termo saído direto desta estória, relativo a um robô mau humorado chamado Marvin. Se por nada mais, leia por causa disso.
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abril 4, 2004
Bonecos de chumbo
abril 1, 2004
Primeiro de Abril!
Não gosto de primeiro de abril. Não dá para ler notícias, não dá para conversar seriamente com ninguém. Você fica esperando que a qualquer momento alguém salte dizendo "primeiro de abril ha ha ha" e toda história fabulosa sendo narrada vai, por falta de termo melhor, pra cucuia, bem como preciosos minutos da sua vida. E tem-se que fazer um esforço monstro para alguém acreditar em qualquer coisa que você diga nesse dia.
Cada notícia de cada jornal parece uma grande farsa, isso é o pior. Você lê a manchete, chega a se interessar mas em seguida vem a dúvida e você já fica esperando o dia seguinte para ver se não sai alguma retratação.
"Avião faz pouso forçado em rua de São Paulo". Brincadeira, só pode. Você lê a notícia acreditando encontrar algo como "o piloto ao ser questionado comentou que teve que pousar pois não aguentava o tédio de não ter engarrafamento no ar". Mas não há nada e você passa para a próxima matéria, só aguardando alguém, metaforicamente, pular e gritar "primeiro de abril ha ha ha". Definitivamente, péssimo dia para ler o jornal.
Pensando melhor, o pior é precisar de ajuda ou ter que dar notícias ruins em um primeiro de abril. "É sério moço, o ciclone ganhou força e está engolindo tudo! Corra!". O moço em questão terá sua casa arrasada, seu cão aparecerá no outro lado do país e ainda assim, enquanto rodopia no ar, permanecerá incrédulo acreditando que a qualquer momento a pessoa que lhe alertou passará voando e dirá "primeiro de abril ha ha ha".
Por essas e por outras eu me tranco em casa e não saio nem com anúncio de furacão. Dia 2 se conserta tudo, mas logo depois de eu ler o jornal sossegadamente.