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outubro 27, 2003

Hackers, GPL e afins

A Raquel estava me falando sobre o livro "Ética Hacker", do Castells (?), e sobre do que se trata. Em termos resumidos, o livro defende (ou analisa) que os hackers (e crackers, suponho) são "mantenedores" da liberdade na rede. Isto é, eles violam informações e acessos restritos para que todos tenham acesso a tudo. Se for mesmo isso, parece uma definição de liberdade um tanto bizarra. Quer dizer, a informação *deve* ser livre, mas se há dever, há restrição de liberdade. A sociedade tem mais importância que o indivíduo.

Isso é como a velha questão da licença GPL (famosa por ser a licença do Linux) e a licença do BSD. Na GPL, você não pode, por exemplo, modificar um código registrado sob essa licença e vendê-lo. Isto é, o código é livre, mas o que você pode fazer com ele não é. Na licença do BSD, você pode fazer o que bem entender. Se quiser pegar um código, embalar num pacote e sair vendendo, pode. Só não sei se pode dizer que é seu, mas mesmo que não possa já é mais "livre" que a GPL.

A GPL, bem como a "ética hacker", faz mais sentido. Nada que fazemos é construído sem a ajuda da sociedade, por mais indireto que isso seja. Logo, o que produzimos deve poder retornar para esta. Mas ao mesmo tempo, é a liberdade de cada indivíduo que gera a sociedade e restringir o que pode ser feito por cada um pode gerar algum tipo de estagnação, pelo menos em termos de "seleção natural" de informações. Complexo.

10 comentarios

É engraçado o paradoxo...pelo menos pra mim, a GPL é mais livre justamente pq obriga as pessoas a manter o código aberto.
Agora, quanta essa questão dos hackers serem os mantenedores da liberdade, tenho que digerir melhor depois. Agora não dá, acabei de almoçar.

Se o livro não fosse do Castells eu teria ficado com muuuuuito mais vontade de ler hehehehe

Não é bem isso... É que "ética hacker" seria, digamos, a ideologia da Internet. A ideologia de que a informação deve ser livre, que todo mundo deve ter acesso e que o conhecimento tem que ser compartilhado (ele desenvolve isso com base na idéia do desenvolvimento do sftware livre, de um modo especial, o linux e suas contribuições para a sociedade da informação). Ou seja, a "alma" da Internet seria a de seus fundadores, os primeiros hackers que desenvolveram os primeiros programas visando a intercomunicação e a disponibilização da informação.

Aah, entendi...os hackers old school :)

O livro não é do Castells. É do Pekka Himanen, um filósofo daqueles países lá do norte da Europa, daonde também saiu o Linus Torvalds (certo? não tenho certeza). O Torvalds escreve um prefácio do livro, por sinal. O Castells escreve o posfácio.

O nome é "A Ética dos Hackers e o Espírito da Era da Informação". Não, crackers não estão incluídos na definição dele de hackers. Aliás, ele faz uma definição muito legal de hackers, não ligando-os só à informática.

So there.
Mas eu acho sempre bobagem quando alguém diz "manter algo como os criadores idealizaram". Isso implica em sistemas absolutamente estáticos e, se errados em princípio, errados sempre.

Vcs estão juntando os livros. Eu falei para o Ricardo do "A Galáxia Internet", o capítulo "A Cultura Hacker". O Castells tem outro livro escrito junto com o Pekka Himanen que é "The Information Society and the Welfare State: The Finish Model" - eu li em espanhol, fala da cultura hacker, da sociedade da informação e do estado de bem estar como elementos interconectados que foram responsáveis pelo que a Finlândia é hoje, trabalhando com Helsinke e a Nokia.

eu ia esclarecer para voces, mas a raquel esclareceu antes.

Que confusão! Ricardo: informe-se melhor sobre os títulos e autores dos livros antes de postar ok?! :P

Os livros não são importantes, foram só pretexto pra mim falar sobre a GPL e o BSD :P

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el outubro 27, 2003 10:47 AM.

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