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março 8, 2004

Cães sabem quando seus donos estão chegando

Estou lendo "Cães sabem quando seus donos estão chegando", de Rupert Sheldrake. Trata-se de experiências e teorias sobre a possibilidade de animais em geral terem poderes telepáticos e, em menor escala, de premonição. No livro cachorros são estudados com maior afinco, daí o título.

Sheldrake tenta mostrar que o os cachorros mudam seu comportamento quando pessoas ligadas a eles estão para chegar em casa e que isso não pode ser explicado unicamente pelos sentidos do animal ou regularidade do dono. Exemplos típicos citados no livro incluem cães que tornam-se agitados quando os donos formam em suas mentes a intenção de retornar para casa, mesmo que isso não aconteça por algum imprevisto no caminho. Indo além, e talvez de forma mais interessante, Sheldrake propõe a existência de uma grande rede que conecta todos seres vivos - campos mórficos - e que tal rede permite inclusive aprendizado instantâneo, como em uma experiência onde ratos de laboratórios foram ensinados a atravessar um labirinto e ratos em outros laboratórios, que nunca tinham visto tal labirinto, também aprenderam. Inconsciência coletiva, ou algo assim.

Os relatos são desconcertantes. Mas é preciso ter em vista que são apenas relatos. Sheldrake demonstra algumas experiências mais científicas (com grupos de controle) e jura que os resultados são espantosos. O livro não traz esses resultados com detalhes, porém. O que Sheldrake faz é propor uma teoria única para explicar esses diversos fenômenos que não são explicáveis atualmente. Algo como criar um Deus para explicar tudo ou, mais recentemente, conceber uma substância (éter) para que a luz possa se propagar. Uma dica de como ele pode estar errado é sua proposta de que os campos mórficos são responsáveis por organizarem sistemas complexos, como colônias, formigueiros e células, batendo de frente com as novas descobertas em sistemas emergentes que fornecem explicações sem necessidade de haver tal rede centralizadora. Da mesma forma diversas de suas experiências provavelmente possuem melhor explicação, o que não tira o brilho dos fatos em si.

É uma leitura interessante e irritante. Se ele estiver certo, estamos todos ligados por uma grande rede vital, cujas conexões tornam-se mais fortes por laços afetuosos, que permite que sintamos o que outros sentem e aprendamos o que outros aprendem. Restaria descobrir como utilizar isso com eficiência. Isso me pouparia muito esforço em ler essas pilhas de artigos que milhares de pessoas já leram.

11 comentarios

Seria mesmo muito bom. Minha lista de artigos em modo de espera aumenta a cada dia.

bullshit!!!!!!!!

Tomara que o Tibu seja uma desses cães "sensitivos" e aprenda a adivinhar que eu não quero que ele pule em mim quando estou saindo de casa com uma roupa bem limpinha :)

Jah li esse livro. Eh um porre..
A ideia dos campos mórficos quase me fez vomitar :)

hmmm... A idéia é interessante. É realmente curioso o que ele relata no livro. Até porque essa evolução pelo inconsciente coletivo também se dá com humanos, tanto em aspectos lingüísticos como comportamentais e sociais.

Talvez campos mórficos não seja a melhor explicação, mas a idéia de que estamos todos conectados faz algum sentido pra mim.

Ele cita o Chomsky e diz que o motivo de as gramáticas e coisas assim serem tão parecidas é devido a essa conexão, mas eu acho bobagem.

A maioria das coisas que parece ter uma mão invisível agindo pode ser explicado por teorias de complexidade e emergência. O que fica sem explicação mesmo são os ratinhos aprendendo labirintos e os cachorros prevendo os donos...

Os cães sabem muito mais sobre nós (os donos) do que possamos imaginar. Eu acredito na teoria.

Eu já acho que somos nós que sabemos muito mais de nós do que imaginamos, apenas precisamos de pistas externas para ver. Cachorros, placas, sinais...

Interessante a discussão... eu vontade de ler.

Como toda coisa inútil que eu sei, li sobre isso num gibi, que chamava o treco de "campos morfogenéticos". O Homem-Animal podia adquirir propriedades dos bichos por ter (a super ciência dos quadrinhos) um contato direto com o campo morfogenético.

(Extrememante importante esta minha adição)

Será que isso não uma forma de MATRIX?

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el março 8, 2004 10:45 PM.

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