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junho 2, 2004
Who wants to live forever? Me! Me!
Em um artigo do Slashdot, menção a um plano para deter o evelhecimento e um site dedicado a promover e "ensinar" o que se sabe sobre como deter o envelhecimento ou, pelo menos, retardá-lo.
De acordo com o site citado acima, a única forma cientificamente comprovada (em animais) para retardar o envelhecimento é a redução da ingestão de calorias. Até lembro das primeiras pesquisas em cima disso, onde amebas submetidas a um corte drástico de calorias viviam até o dobro das companheiras glutonas. Como somos um pouco mais complexos que amebas, temo que o mesmo processo não se aplique tão bem, mas em ratos o aumento é de 40% em média.
Isso tudo me lembra uma tirinha do Laerte. O médico fala ao paciente "você tem que cortar o cigarro e a bebida para viver mais". O paciente, após pensar um pouco, replica "sabe doutor, eu não meço minha vida pelo comprimento, mas pela largura...".
Claro que há, como tudo, um equilíbrio e cada um deve achar o seu. Eu, particularmente, meço a vida mais pelo comprimento. Naqueles questionários sobre a preferência por uma morte rápida e indolor ou uma morte lenta e terrível, eu fico sempre com a lenta. Pois, pelo menos, aumenta minha chance de ser salvo de seja lá o que for que está acontecendo. Naturalmente, me abstraio das considerações de que no questionário a morte é sempre certa e inevitável.
Acho que minha vontade de viver vem de uma certa curiosidade, mais do que qualquer outra coisa. Quero saber o que será do futuro, o que acontecerá com as pessoas, o que descobriremos e o que não poderá ser descoberto. E considero o envelhecimento uma doença a qual nos acostumamos e consideramos parte da vida. E, apesar de acreditar que a espécie humana deve prevalecer sobre os indivíduos, tanto melhor se os indivíduos também acompanharem a espécie.
Eu não sou tão encanada com a morte como a maioria das pessoas. A minha maior tristeza em morrer é deixar os outros muito tristes. Sei lá, eu acho que morrar faz parte da vida e que todas as coisas vivas e naturais morrem um dia, ou deixam de existir. Ser eterno é uma incoerência com o universo, porque quebra o equilibrio das coisas.
Mas não tenho nada contra prolongar a vida, exceto que eu acho que comer menos não nos fará viver mais, ou o maior Ãndice de longevidade do Planeta estaria na Etiópia e não na Europa.
Acho que a teoria essa diz que a redução de calorias aumenta a longevidade por um mecanismo de defesa do organismo, que se torna mais "forte" por ter que sobreviver em condições piores, mas claro que tem um limite. Se reduzir demais a criatura morre de fome, como na Etiópia. E claro, tem outros fatores que influenciam a longevidade, não dá pra dizer que só comendo pouco a pessoa vive bastante.
Conjecturas à parte, eu não faço questão de viver muito tempo, tanto faz, só não gostaria de ficar uma velha dependente dos outros.
A morte faz parte da vida, então não dá prá entender essa repulsa das pessoas em relação ao assunto. Ficam evitando pensar ou comentar com a esperança que consigam fugir dela ( a morte). Eu que sempre decidi como viver espero que possa decidir quando e como morrer. Apesar de, ás vezes achar que já estou com o prazo de validade vencido (estou com 56 anos).
Mas estou com o Laerte e o Neil Young "It's better to burn out than a fade away".