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fevereiro 1, 2007

Por que dormimos?

Interessante artigo sobre o porquê de dormirmos. Mas o mais interessante é um comentário em uma seção wiki de Grandes Perguntas da Wired - talvez a pergunta seja "por que acordamos". Dormir é um estado de baixa utilização de energia e talvez seja o estado padrão de todas coisas vivas. E responder esta última pergunta é mais fácil: acordamos por que temos que fazer coisas como comer e reproduzir.

É um insight interessante e nunca tinha pensado dessa forma. Faz sentido. A parte de reprodução pode ser problemática, no entanto, já que é compreensível que tenhamos que buscar energias e, portanto, temos que acordar, mas antes disso teríamos que já ter desenvolvido uma maneira de reproduzir sem precisar acordar, como as plantas fazem (do contrário, sem reprodução, não existiríamos de maneira alguma). Mas mesmo isso poderia ser explicado em simples termos evolutivos - readaptamos a reprodução para aproveitar os momentos em que estamos buscando comida. É uma clara vantagem evolutiva, já que permite a escolha de parceiros.

É curioso que artigos científicos (como o citado no primeiro link) não tenham abordado o problema dessa forma. Resolve muitos problemas. Por exemplo, sabe-se que tempo de sono é inversamente proporcional ao tamanho do animal. Elefantes dormem apenas 3 a 4 horas diárias. Oras, isto é simplesmente devido ao fato de que quanto maior a criatura, mais comida ela necessita e, portanto, mais tempo acordada ela precisa ficar. A natureza parece tentar reduzir ao máximo o tempo em que um animal fica acordado. O que leva a questão de por que, afinal, animais tão grandes existem (ou pior, por que dinossauros sobreviveram por tanto tempo). A resposta provavelmente é que animais grandes conseguem comida mais facilmente, ainda que precisem mais dela.

No fim, plantas é que parecem ser os seres mais evoluídos. Conseguem energia e se reproduzem sem nunca precisar acordar.

4 comentarios

alguém podia criar um romance chamado "o dia em que as plantas acordaram" :)

tu já reparou que algo semelhante com relação à tamanhos e sono também se aplica aos homens? quando bebês, a gente dorme quase o tempo todo e quando velhos, umas poucas horas já bastam. :)

interessante tuas considerações.
esse é um assunto que sempre me interessou muito.

mas acho que artigos e textos que abordam um tema que engloba tantas nuances e aspectos intríncados da psique humana não deveria ficar restrito só a parte biológica/funcional da coisa (mesmo às vezes alguns que tentam analisar isso pelo lado neurológico me parecem restritivos nesse sentido).
tu, por exemplo, falas do sono, mas não do sonho.
e aí eu fico pensando, (olha só a viagem) as plantas sonham?

aliás, eu andei tendo no ano passado umas disciplinas aqui na Psico da UFRGS, e estou cada mais deslumbrado com a psicanálise como um todo.

e, só pra botar mais lenha na fogueira (hehehhe) sobre a tua consideração sobre quanto maior o animal = menos tempo de sono.
como tu explicaria a hibernação por meses dos ursos?

heheheh
eu sou chato (!)

Então, hibernação faz sentido. Como ele é um animal muito grande, quando acaba a comida ele tem que entrar no seu modo de redução de gastos de energia, a hibernação. Elefantes não tem problema de escassez de comida (em geral), então não precisam hibernar, ao contrário, precisam ficar acordados para pegar comida. :)

Bom, a questão da utilidade do sono está ligada à recuperação de tecidos (regeneração celular) e à consolidação da vida mental dos indivíduos, isto muito mais particularmente nos animais superiores, é lógico, sendo crítico no homem. Conclusões neste sentido decorrem de inferências acerca das condições de organismos animais (humanos, inclusive) resultantes da privação do sono. Quem dorme pouco tem problemas de memória e de coordenação motora, por exemplo. O sonho é uma reinterpretação consciente que se faz de um conjunto de experiências inconscientes de "reconexão cognitiva", derivada, basicamente, das experiências por que se passa no período de vigília. Claro que tudo cada vez mais temperado, ao longo da vida, pelas experiências passadas, por isso o sonho pode ser campo produtivo para se analisar aspectos diversos da vida mental consciente e inconsciente. Claro, também, que, por trás disso, há toda uma bioquímica neurológica, com suas particularidades. Pode-se abordar a questão em diversos níveis de abstração e sob diferentes recortes perceptivos.

Sds,
Celso R.

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el fevereiro 1, 2007 10:41 AM.

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