A HBO não tem intervalo comercial. É um canal exclusivo para assinatura, e são os assinantes que pagam pela produção das séries. Alguém lá dentro resolveu que, por causa disso, a emissora devia ter uma programação com classe. O cara merece um Nobel da TV.

Assim, a última temporada de Sopranos pôde começar com cinco minutos de citação do William Burroughs e passar três episódios na alucinação em coma do Tony. The Wire pode escrever um livro policial por temporada, com episódios que não têm muito significado sozinhos. Six Feet Under, Carnivàle e coisas bem experimentais tipo The Comeback só têm lugar lá. Como a maior parte da programação é voltada para o público adulto, isso também permite que Sex & The City e Entourage mostrem uns peitos de vez em quando - e mantenham os melhores diálogos da telinha.

Ainda é TV. A fotografia é sempre óbvia e os efeitos especiais são toscos - não é Hollywood, onde você ainde pode gastar US$ 200 milhões e justificar pela "visão artistica". É aquele orçamento e não tem choro. O ritmo é diferente. Uma temporada de série dramática tem umas 12 horas de duração. Se esse tempo é bem utilizado, serve para desenvolver os personagens de um jeito que nenhum longa-metragem consegue (e que, até então, só alguns quadrinhos - a única outra mídia com personagens de longa duração - conseguiam).

Enfim, é por isso que a manchete é Preacher em série de TV da HBO e não "Preacher vira série de TV".

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This page contains a single entry by Érico Assis published on nóvember 30, 2006 12:05 EH.

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