maí 2009 Archives

Retalhos

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Ainda não tenho meu exemplar em mãos, mas essa semana deve chegar. Já descobri que meu nome tá na quarta capa.

E anda muito bem falada. O Rafael Grampá se derreteu na MTV. A Folha de S. Paulo destacou hoje. E o Telio Navega, do Globo, entrevistou o Craig Thompson.

Já comprou seus 10 exemplares? Na prateleira da livraria fica assim:

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Departamento de Aquisições

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Compras na Banca2000, algumas coisas mandadas por assessorias e o pedido aberto da Amazon continua...

Desses, já li The Eternal Smile and Other Stories, Sábado dos Meus Amores e O Pagador de Promessas. Recomendo os dois primeiros.

Retalhos

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É hoje, dia 22. Hoje saem os primeiro livros da Quadrinhos na Cia., nova linha exclusiva para HQ da Companhia das Letras.

São quatro: O Chinês Americano (história imaginativa sobre preconceito racial, mais para público infanto-juvenil), Nova York: A Vida na Grande Cidade (provavelmente a melhor coletânea de HQs do Will Eisner já lançada), Jubiabá (adaptação do livro homônimo do Jorge Amado, pelo Spacca) e... Retalhos.

Retalhos é um dos gibis mais importantes deste século, por ter puxado para o grande público a idéia de "quadrinhos são literatura" (não são, mas o que importa é que "literatura" é sinônimo de "coisa culturalmente elevada"). Tive o prazer de ser convidado para traduzir. Só tinha proposto Cobertos ao invés de Retalhos, mas o nome final é decisão da editora - e alguns resenhistas já aprovaram Retalhos, então tudo bem.

Mesmo que eu seja um péssimo tradutor, você nunca vai descobrir. A Companhia das Letras tem trocentos revisores e editores que rererererevisam o material. Me deixaram com vergonha de já ter feito trabalhos de revisão de texto.

Ah, sim. A capa:


Compre 10 exemplares.

Livraria Cultura: R$ 39,20
Submarino: R$ 39,20
Cia. dos Livros: R$ 38,61
Comix: R$ 39,20

Freqüência Global

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Há alguns meses, o editor da Pixel Magazine - uma antologia de quadrinhos - me pediu para escrever um texto para a revista. Como outros convidados estavam fazendo, deveria ser uma apreciação de alguma série da Magazine que eu gostasse. Escolhi Freqüência Global.

A revista acabou morrendo e o texto nunca saiu. E nunca deve sair impresso. Então publico-o agora.

CORREÇÃO: Pelo que me informaram o Fábio Conti e o próprio ex-editor da Pixel Magazine, Cassius Medauar, o texto foi publicado sim, na Pixel Magazine #21. Estou a quilômetros de distância do meu exemplar para consultar agora.

Freqüência global, cultura participativa, ficção científica e como salvar o mundo
ÉRICO ASSIS

Saiu há pouco no Brasil o livro Cultura da Convergência (editora Aleph), do professor de Comunicação do renomado MIT Henry Jenkins. É um trabalho genial. O autor parte do que você pode ver na sua volta: estamos passando por um momento de transformação tecnológica, com cada vez mais aparelhos que concentram uma imensa capacidade de produção e recepção midiática: pense em iPods e iPhones, em celulares com GPS e consoles de videogame com wi-fi, e na profusão de computadores tão potentes quanto portáteis.

O que importa, para Jenkins, não são as capacidades destes aparelhos, mas como estas tecnologias afetam nossa economia, nossa educação e nossa produção de conhecimento, nossa sociedade globalizada e nossa política. E gera o que ele chama de cultura participativa.

O ponto-chave desta cultura participativa é que a idéia de interatividade tomou conta. A Internet liberou, e torna cada vez mais fácil, tanto produção quanto recepção de conteúdo. Podemos criar nossos blog, nossos vídeos no YouTube, podemos comentar as matérias dos maiores jornais do mundo, assim como podemos virar jornalistas, críticos, ativistas, políticos – ao custo de alguns centavos da conexão e alguns cliques. A partir daí, somos lidos e vistos por quem conseguirmos conquistar. No momento em que todo mundo pode ter sua mídia, não nos satisfazemos mais em sermos audiência ou consumidores passivos – queremos participar.

E participar de tudo, desde o envolvimento com nossas marcas preferidas até desvendar os segredos de Lost. Queremos não só ler Harry Potter, mas nos dividirmos em grupos que vão traduzir o original para que ele chegue mais rápido às crianças (e não tão crianças) de todo o mundo. Queremos criar vídeos fazendo graça do candidato à presidência, publicar no YouTube e dar uma baque numa campanha – a partir do nosso laptop.

Dominando algumas noções da velha ciência do “como chamar atenção”, qualquer pessoa pode provocar revoluções a partir da tecnologia que tem no seu quarto – com uma proximidade e uma participação na política antes limitada às grandes mídias e ao grande capital.

É neste ponto do livro que Jenkins cita nada mais nada menos que Freqüência Global, a série de Warren Ellis que você acompanha aqui na Pixel Magazine. Está lá, na página 318:

Ellis concebeu a história na esteira do 11 de Setembro como uma alternativa ao clamor por maior poder estatal e restrições paternalistas às comunicações: a Freqüência Global não imagina o governo salvando os cidadãos de qualquer mal que os aflija. Em vez disso, como explica Ellis, “na Freqüência Global, nós mesmos nos salvamos”. (...) A maior parte dos desafios vem, apropriadamente, dos destroços deixados para trás pelo colapso do complexo industrial-militar e o fim da guerra fria – “as coisas ruins e malucas das quais o público nunca soube”. Em outras palavras, os soldados cidadãos utilizam o conhecimento distribuído para superar os perigos do sigilo do governo.
“Soldados cidadãos” é a melhor descrição do cenário de ficção científica que Ellis imagina em Freqüência Global. Se podemos unir nossas cabeças e nossos diferentes conhecimentos em fóruns de discussão – eu entendo de gibis, você entende de Física, ele estuda narrativas heróicas, o outro cara ouviu os produtores conversando num bar - para descobrir o fim de Lost, também poderíamos usar este método para salvar o mundo de ataques terroristas, de desastres naturais, de políticos e suas guerras. Na cultura participativa, minha inteligência combina-se com a inteligência em rede dos meus colegas para transformar o planeta.

John Rogers, produtor e roteirista da malfadada série de TV baseada em Freqüência Global – cuja ascensão e queda você encontra via Google ou no livro de Jenkins -, conta em seu blog uma amostra do poder da idéia de Ellis. É uma história da gravação do único episódio da série, que nunca foi ao ar mas está disponível nos porões da Internet. É a adaptação da primeira história da HQ, já publicada na Pixel Magazine.

Há uma seqüência na qual Aleph coloca todo mundo na Freqüência e eles descobrem qual é o problema. Todos os experts-cidadãos contribuindo para salvar vidas de estranhos. Para ter uma idéia da situação, todos os atores aceitaram vir à gravação às 3 da manhã, e fazer seus papéis ao vivo. Então aconteceu como no gibi: fizemos o chamado, as pessoas responderam, suas vozes aparecendo, todas de uma vez, um longo take sem falhas... como se tudo fosse real.

Foi incrível, um destes momentos alquímicos onde aquilo deixou de ser televisão, deixou de ser performance, e realmente nos colocou em outro mundo.

Nelson diz “corta”. Entro no set e percebo um estranho silêncio. O elenco e a equipe técnica estão assustados. Algumas pessoas estão se segurando. Eu ouço um soluço. Me viro para uma menina da produção e digo “Ei, tudo bem? O que há?”.

E ela se desmancha em lágrimas. “Eu... e se fosse de verdade? Não seria maravilhoso se as pessoas pudessem mesmo...” Ela não consegue falar, limpa os olhos. Sussurra: “Seria tão fantástico se fosse real.”

* * *

Freqüência Global foi publicada nos EUA entre 2002 e 2003. Warren Ellis, como todo bom escritor de ficção científica, captou e pôs no papel uma sensação cultural que estava apenas alguns anos à frente. A prova disso é que livros como Cultura da Convergência – e outros, como Smart Mobs, de Howard Rheingold (inédito no Brasil), e Wikinomics, de Don Tapscott e Anthony Williams (editora Nova Fronteira) - começaram a documentar e teorizar estas relações entre novas tecnologias e cultura participativa, que estamos vivendo, efetivamente, agora.

Em certo sentido, você está lendo a série atrasado. Ficção científica perde a graça quando estamos vivendo-a, não é mesmo? A melhor prova disto é que Ellis, embora tenha prometido, nunca retornou a Miranda Zero e à sua rede global de “soldados cidadãos”, deixando-os no limbo das grandes idéias dos quadrinhos.

Apesar disto, é importante reler Freqüência Global hoje. É um gibi, é uma ficção, mas tão calcada na realidade que parece um chamado para o que podemos fazer e o que podemos ser pelo mundo. É nestes momentos que a ficção científica atinge seu potencial máximo.

Já tentou-se publicar Freqüência Global duas vezes no Brasil. As duas faliram as editoras (não por culpa da série, é bom ficar claro). O jeito é pegar as duas coletâneas publicadas nos EUA:

Gaiman

Perdi um deadline há pouco tempo. Perdi totalmente. Pela primeira vez em 25 anos suspirei e disse "não consigo fazer isso e não vou entregar a história". Já estava atrasada, eu estava pressionado pelo prazo, meu pai faleceu e de repente a história tinha virado um cadáver na página. Tinha gostado do estilo, mas não estava funcionando, e então, ao invés de deixar os editores malucos esperando uma história que nunca ia chegar, desisti e pedi desculpas, me questionando se conseguiria escrever ficção de novo.

Passei para outro deadline - um roteiro. Fluiu tranqüila e docemente, foi a coisa mais divertida que escrevi em muito tempo, todos os personagens fizeram o que eu queria que fizessem e a história ficou melhor do que eu ousava esperar.

Às vezes isso acontece. Você não escolhe o que vai funcionar. Você apenas faz o melhor que puder a cada vez. E você tenta fazer o que puder para aumentar as chances de que seja criada uma boa obra de arte.

E, às vezes - e isso vale tanto para autores quanto leitores - você tem sua vida. As pessoas do seu mundo adoecem ou morrem. Você se apaixona, ou se separa. Você muda de casa. Sua tia vem passar uns dias. Você aceitou um convite para uma palestra do outro lado do mundo há cinco anos, e de repente percebe que a palestra é amanhã. Seu último livro é lançado e os críticos detestaram e aí você fica sem vontade de escrever outro. Seu gato aprende a levitar e você necessita documentar e investigar o fato imediatamente. Os alces invadiram sua horta. Uma tempestade fritou seu HD e o backup...

E ter uma vida é bom para um escritor. É de lá que você tira sua matéria prima. Gostamos muito de parar e observá-la.

Isso é um trecho de uma resposta do Neil Gaiman a um fã que reclamou que outro escritor - e o próprio Gaiman, por tabela - estava demorando para continuar uma série de livros que ele gostava. Para resumir a velha discussão entre as obrigações do autor para com seus fãs, Gaiman pede até desculpas por ser bem direto: "[O escritor] is not your bitch." (não vale a pena traduzir).

Enfim. É uma das coisas mais inteligentes e divertidas que o Gaiman escreve em anos.

Van Hamme

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Enquanto formava-se em direito, engenharia, contabilidade e jornalismo em meados dos anos 1960, ele traduzia tiras de Peanuts e Blondie para os jornais franceses e belgas. Em 1968, enquanto viajava o mundo como gerente de marketing da U.S. Steel, o sr. Van Hamme começou a rabiscar uma ou duas histórias por ano para revistas em quadrinhos belgas, por hobby.

Esse é o Jean Van Hamme, escritor de quadrinhos belga. Fico pensando quando é que vou poder começar a ter uma vida interessante assim. Ou se isso não é privilégio dos europeus.

Departamento de Aquisições

Desses, já acabei pegando para ler Skim e Ho!. Não gostei muito do primeiro. Já o segundo tem por intenção provocar seu estômago e seu respeito pela liberdade de expressão - e quase conseguiu mexer comigo.

Ware

Quimby The Mouse from This American Life on Vimeo.

Ware animado, com trilha do Andrew Bird. O mundo não fica melhor que isso.

Blankets

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Minha primeira tradução. Primeira vez que estou vendo a capa.

Sai este mês, vai custar R$ 49 ou menos, é excelente e você vai comprar.

Eu escrevo pro Omelete

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