É um vício. Consegui chegar ao fim de The Wire e Roma (as duas com mais altos que baixos), mas acabei substituindo as duas por outras três: House, Battlestar Galactica e Friday Night Lights.
Já falei de House (me viciei) e ainda estou me decidindo sobre Galactica (que tem um episódio-piloto poderoso). Friday Night Lights foi daqueles casos de eu ouvir um comentário bom, depois outro, e mais um, até vencer a barreira de assistir um seriado sobre futebol americano, baixar o primeiro episódio e...
Foi a trilha sonora. Explosions in the Sky, uma bandinha americana versão genérica do Mogwai (por sua vez, genérico do Sigur Rós), que toca o que eu chamo de "música das nuvens". Não sei quem teve a idéia de colocar post-rock como trilha pra jogos de futebol americano (provavelmente o Peter Berg), mas funciona. Quase chorei no fim do piloto. Ouço a banda todo dia no carro. É uma obsessão.
Do seriado, passei para o filme original homônimo (no Brasil, Tudo Pela Vitória), também com trilha do Exposions in the Sky. Tem o Billy Bob Thornton, é recente (2004), mas eu nunca tinha ouvido falar. E é poderoso. Só a idéia de fazer o filme sobre "o ano anterior" (não vou estragar o final) já é genial.
Na verdade, não é só a trilha. O cara por trás de tudo é Peter Berg, que dirigiu o filme e o piloto e é produtor executivo. Berg, como diretor, é um genérico do Michael Bay - não gosta de deixar os takes durarem mais que 3 segundos. Mas consegue trazer mais emoção. Ele conseguiu superar o Um Domingo Qualquer do Oliver Stone, que era a referência máxima em jogos de futebol cinematográficos. Não é pouca coisa.
Voltando à série: tem os draminhas adolescentes misturados ao argumento principal do campeonato de futebol. Bem bobinha. Mas a trilha faz valer a pena. Se você não assiste, pelo menos ouça. Welcome Ghosts é a melhor.