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2009 (1)

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Aquela cena do Deixe Ela Entrar que justifica o nome do filme, quando a menina entra na casa do menino sem permissão. E o filme inteiro. Tem alguma coisa na história que faz eu acreditar que existe muito mais na natureza humana do que eu compreendo, e do que talvez algum dia vá compreender. E está lá, inatingível, mas existe.

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A (que já comentei na minha resenha) do Away We Go: do clube noturno em Montreal. "Oh Sweet Nuthin'", Velvet Underground. "THIS Thursday?". Fico imaginando se aquele diálogo - "You just watch these babies grow and then fade" - não assusta toda a minha geração. Pelo menos em mim meteu medo.

(No roteiro original, Eggers e Vida sugerem que a música seja "Don't Worry Baby", do Beach Boys. Acho que "Oh Sweeth Nuthin'" ficou melhor.)

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A junkie no Breaking Bad soltando a geladeira na cabeça do marido. Os olhos do menino no mesmo episódio, "Peekaboo". Os flashforwards de toda a segunda temporada - que, infelizmente, levaram a um fim não tão bombástico, mas apropriado considerando os caminhos da história. Baita série.

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Ler A Cabeça do Brasileiro, me dar conta de que é assim e não vai mudar. Maior livro de terror já escrito. Descrença na humanidade em nível quase insuportável.

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Ron fucking Swanson, no Parks and Recreation.

Sobre a ex-mulher: "I honestly believe that she was programmed by someone in the future to come back and destroy all happiness".

Sobre relações com empregados: “I would prefer that she ask me for my permission so I could say no. I like saying no. It lowers their enthusiasm.”

Sobre a ex-mulher, de novo: "Every time she laughs, an angel dies."

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Esta página do What Is the What:

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As três últimas páginas de Alan's War: The Memories of G.I. Alan Cope. Não sei quantos minutos fiquei olhando para a última, relendo a frase, nem quantos dias depois ela continuou na minha cabeça. Está até hoje, aliás.

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Pinocchio, do Winshluss, e a vontade de passar horas examinando os detalhes de cada página. E a forma como a história vai e volta e vai. Logo no início, a cena em que o velho chuta o cachorro - toda a tristeza do mundo em dois ou três quadrinhos.

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Up, os primeiros quinze minutos (eu chorei). O trailer de Onde Vivem os Monstros. Toda a sequência final do Bastardos Inglórios. "The Great Skua", do British Sea Power. O álbum inteiro de Jonsi & Alex. The Hives abrindo o show em Porto Alegre com "Hey Little World", e todas as vezes que reouvi a música. Freddie Mercury Prateado e Amaury Dumbo. Three Shadows, do Cyril Pedrosa. O Joaquin Phoenix, no final do Two Lovers, sentindo o peso do mundo mas voltando para casa para aceitar o mundo como é. O choro - seja sincero ou não, mas pareceu tão sincero quanto dolorido - do amigo do trapezista, no Man on Wire.

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E, pra terminar, quase esqueci de você:

Departamento de Aquisições

A maioria é de coisas que as editoras mandam, já que no mês passado a Amazon me deixou na mão.

Ames

Você tem seu próprio processo para escrever? Não, é o processo para escrever normal. Medo, mais café, mais prazos.

Como era seu processo antes de ter prazos?
Medo, mais café. E dormir. Deitar-se após qualquer mínimo esforço.

Jonathan Ames entrevistado no 99%, site sensacional que a Marcela achou pra mim.

Aliás, estou reassistindo Bored to Death, do Ames, desde o começo. Agora entendi a lógica: no geral, não há nada de empolgante, mas se você entender que o clima é ficar pulando de frase genial para frase genial, como pedrinhas no lago, o seriado é perfeito.

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