júlí 2004 Archives

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Hoje tomei conhecimento de um fato de importância geopolítica extrema. John Kerry é casado com Tereza Heinz. Tereza Heinz é da família fundadora da fábrica que produz o ketchup Heinz. O ketchup Heinz é o melhor que eu já provei. E eu sou um consumidor compulsivo de ketchup.

Veja só, veja só: a próxima primeira-dama dos EUA é dona da fábrica do meu ketchup predileto. Isso não serve de boa metáfora para alguma coisa? Alguém mais inteligente que eu já deve ter feito ou fará, mas sinto que tem alguma boa metáfora aí.

"Quando eu como pizza, estou ajudando a derrubar o Bush." Não, alguma coisa melhor. Alguém?

Mais: Tereza Heinz nasceu Tereza Simões-Ferreira em Moçambique (ela é viúva de um Heinz), e possivelmente fala português, o que a deixa alguns graus mais próxima de mim, como se não bastasse o ketchup. Ou seja: mais um daqueles momentos em que eu sinto que o mundo gira em torno de Érico Assis. Não acontece com vocês também?

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Hoje tomei conhecimento de um fato de importância geopolítica extrema. John Kerry é casado com Tereza Heinz. Tereza Heinz é da família fundadora da fábrica que produz o ketchup Heinz. O ketchup Heinz é o melhor que eu já provei. E eu sou um consumidor compulsivo de ketchup.

Veja só, veja só: a próxima primeira-dama dos EUA é dona da fábrica do meu ketchup predileto. Isso não serve de boa metáfora para alguma coisa? Alguém mais inteligente que eu já deve ter feito ou fará, mas sinto que tem alguma boa metáfora aí.

"Quando eu como pizza, estou ajudando a derrubar o Bush." Não, alguma coisa melhor. Alguém?

Mais: Tereza Heinz nasceu Tereza Simões-Ferreira em Moçambique (ela é viúva de um Heinz), e possivelmente fala português, o que a deixa alguns graus mais próxima de mim, como se não bastasse o ketchup. Ou seja: mais um daqueles momentos em que eu sinto que o mundo gira em torno de Érico Assis. Não acontece com vocês também?

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Lucy: Are you sure, Charlie Brown? Are you absolutely sure? Are you?
Charlie Brown: *sigh*... Lucy, why do you ask me things if you don't ever believe me?
Lucy: Oh, I believe you, Charlie Brown... I believe everything you tell me...
Charlie Brown: You do not!
Lucy: Sure I do... Tell me something and watch me believe you.
Charlie Brown: Oh, good grief... Don't be so stupid!
Lucy: Come on... tell me something... watch me believe you... tell me anything...
Charlie Brown: The world is made of snow!
Lucy: I BELIEVE YOU!

Lucy: THE WORLD IS MADE OF SNOW! THE WORLD IS MADE OF SNOW!

Lucy: Hey, Violet, Charlie Brown just told me that the world is made of SNOW...
Violet: Charlie Brown is out of his mind.

Lucy: YOU'RE OUT OF YOUR MIND, CHARLIE BROWN!

(Só pra diz que eu tenho e você não.)

Lucy: Are you sure, Charlie Brown? Are you absolutely sure? Are you?
Charlie Brown: *sigh*... Lucy, why do you ask me things if you don't ever believe me?
Lucy: Oh, I believe you, Charlie Brown... I believe everything you tell me...
Charlie Brown: You do not!
Lucy: Sure I do... Tell me something and watch me believe you.
Charlie Brown: Oh, good grief... Don't be so stupid!
Lucy: Come on... tell me something... watch me believe you... tell me anything...
Charlie Brown: The world is made of snow!
Lucy: I BELIEVE YOU!

Lucy: THE WORLD IS MADE OF SNOW! THE WORLD IS MADE OF SNOW!

Lucy: Hey, Violet, Charlie Brown just told me that the world is made of SNOW...
Violet: Charlie Brown is out of his mind.

Lucy: YOU'RE OUT OF YOUR MIND, CHARLIE BROWN!

(Só pra diz que eu tenho e você não.)

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fahrenheit.jpgLegal a seqüência de créditos: Bush, Powell, Condoleeza e outros amiguinhos em frente às câmeras, estáticos enquanto a equipe de maquiagem passa o pó, tira os fiozinhos de cabelo destoantes, ajusta a iluminação. Gore "perde" a eleição. Passa pra 11 de setembro: gente na rua olhando pra cima, chorando, rezando. A rede de relações entre a família Bush, a família Bin Laden e o atual governo dos EUA. Árabes podem quebrar o país se tirarem seus investimentos. Invasão ao Iraque. Só pobre se alista no exército. Por que nenhum filho de congressista se alistou? Keep on rockin' in the free world. Acabou.

A única coisa boa é mesmo a seqüência de créditos. Fahrenheit 11 de Setembro é uma adaptação fraca de um livro que já era fraco, Cara, Cadê Meu País?. Entendo a preocupação do Moore em fazer um filme simples, direto, para não deixar dúvida em nenhum caipira do Arkansas de que W-Bush-é-o-mal. Mas, com isso, além de perder a ironia que faz dele um gênio, ainda se rende a estereótipos, meias-verdades, frases tiradas de contexto e preconceito - na primeira meia hora do filme você fica com a impressão que qualquer pessoa de turbante só pode ser uma ameaça à democracia.

Sei que tá na moda falar mal do Michael Moore, e justamente por isso me esforcei para gostar do filme. Stupid White Men é excelente, Tiros em Columbine é incrível (apesar dos dois terem pontos bem baixos). O pouco que vi de TV Nation me pareceu genial. Mas ficar no dumb-it-down para que todo mundo, qualquer um com meio neurônio, possa ver e entender sua mensagem, acaba destruindo o filme.

Vai ter algum efeito? Não tem como medir. Ou seja: é só um filme ruim.

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fahrenheit.jpgLegal a seqüência de créditos: Bush, Powell, Condoleeza e outros amiguinhos em frente às câmeras, estáticos enquanto a equipe de maquiagem passa o pó, tira os fiozinhos de cabelo destoantes, ajusta a iluminação. Gore "perde" a eleição. Passa pra 11 de setembro: gente na rua olhando pra cima, chorando, rezando. A rede de relações entre a família Bush, a família Bin Laden e o atual governo dos EUA. Árabes podem quebrar o país se tirarem seus investimentos. Invasão ao Iraque. Só pobre se alista no exército. Por que nenhum filho de congressista se alistou? Keep on rockin' in the free world. Acabou.

A única coisa boa é mesmo a seqüência de créditos. Fahrenheit 11 de Setembro é uma adaptação fraca de um livro que já era fraco, Cara, Cadê Meu País?. Entendo a preocupação do Moore em fazer um filme simples, direto, para não deixar dúvida em nenhum caipira do Arkansas de que W-Bush-é-o-mal. Mas, com isso, além de perder a ironia que faz dele um gênio, ainda se rende a estereótipos, meias-verdades, frases tiradas de contexto e preconceito - na primeira meia hora do filme você fica com a impressão que qualquer pessoa de turbante só pode ser uma ameaça à democracia.

Sei que tá na moda falar mal do Michael Moore, e justamente por isso me esforcei para gostar do filme. Stupid White Men é excelente, Tiros em Columbine é incrível (apesar dos dois terem pontos bem baixos). O pouco que vi de TV Nation me pareceu genial. Mas ficar no dumb-it-down para que todo mundo, qualquer um com meio neurônio, possa ver e entender sua mensagem, acaba destruindo o filme.

Vai ter algum efeito? Não tem como medir. Ou seja: é só um filme ruim.

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O Eduardo Nasi está escrevendo uma série de artigos para a Fraude com o interessante título "Quer ler HQ? Pergunte-me como". Comece pelo último publicado e você tem links pros outros.

É uma análise muito legal do que se encontra nas bancas hoje, embora pareça mais direcionada a quem já leu os gibis uma vez na vida, e não a quem nem sabe o que é um Peter Parker. Diga-se de passagem, acho que é impossível converter esses últimos.

O Nasi chega a umas conclusões bem interessantes e, por coincidência, tem as mesmas preferências que eu. E escreve bem pra caramba, o que é um grande incentivo.

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O Eduardo Nasi está escrevendo uma série de artigos para a Fraude com o interessante título "Quer ler HQ? Pergunte-me como". Comece pelo último publicado e você tem links pros outros.

É uma análise muito legal do que se encontra nas bancas hoje, embora pareça mais direcionada a quem já leu os gibis uma vez na vida, e não a quem nem sabe o que é um Peter Parker. Diga-se de passagem, acho que é impossível converter esses últimos.

O Nasi chega a umas conclusões bem interessantes e, por coincidência, tem as mesmas preferências que eu. E escreve bem pra caramba, o que é um grande incentivo.

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Numa didática matéria da revista do New York Times (na qual você aprende que esses desenhinhos que têm balões com letras NÃO SÃO a mesma coisa que literatura - que descoberta fantástica!), a melhor citação, pra variar, é do Alan Moore:

We all live, you know, on a kind of fictional planet -- the place we have with us ever since we started listening to stories. We spend a lot of time in these imaginary worlds, and we get to know them better than the real locations we pass on the street every day. I think they play a more important part in our shaping of the world than we realize. Hitler, for example -- we know he read a lot of Bulwer-Lytton. Osama bin Laden used to read quite a lot of Western science fiction. That's why comics feel important to me. They're immense fun as a game, but there's also something more serious going on.

Claro, isso não tem sentido nenhum dentro da matéria. Mas ele é pop, velho, louco e fala coisas bonitas. Deixa ele falar.

No mais, perfis dos estranhos hábitos dessa gente maluca (Spiegelman, Chris Ware, Seth) que faz gib... ops. Que faz "novelas gráficas". E por que as "novelas gráficas" são boas pra você.

Que pelo menos gere algumas matérias copiadas na Veja ou equivalentes.

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Numa didática matéria da revista do New York Times (na qual você aprende que esses desenhinhos que têm balões com letras NÃO SÃO a mesma coisa que literatura - que descoberta fantástica!), a melhor citação, pra variar, é do Alan Moore:

We all live, you know, on a kind of fictional planet -- the place we have with us ever since we started listening to stories. We spend a lot of time in these imaginary worlds, and we get to know them better than the real locations we pass on the street every day. I think they play a more important part in our shaping of the world than we realize. Hitler, for example -- we know he read a lot of Bulwer-Lytton. Osama bin Laden used to read quite a lot of Western science fiction. That's why comics feel important to me. They're immense fun as a game, but there's also something more serious going on.

Claro, isso não tem sentido nenhum dentro da matéria. Mas ele é pop, velho, louco e fala coisas bonitas. Deixa ele falar.

No mais, perfis dos estranhos hábitos dessa gente maluca (Spiegelman, Chris Ware, Seth) que faz gib... ops. Que faz "novelas gráficas". E por que as "novelas gráficas" são boas pra você.

Que pelo menos gere algumas matérias copiadas na Veja ou equivalentes.

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Adendum: a trilha de Eternal Sunshine é um complemente ao filme. As instrumentais do Jon Brion entram na sua cabeça e esticam a memória dos bons momentos do filme. Tem Polyphonic Spree e Beck. E a melhor música é Something, de uns seres chamados The Willowz: é a Gabi gritando, com uma bandinha boa de fundo.

Outras recentes descobertas auditivas: The Fiery Furnaces - Gallowsbird's Bark e Primal Scream - Dirty Hits. But then, que entendo eu de música?

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Adendum: a trilha de Eternal Sunshine é um complemente ao filme. As instrumentais do Jon Brion entram na sua cabeça e esticam a memória dos bons momentos do filme. Tem Polyphonic Spree e Beck. E a melhor música é Something, de uns seres chamados The Willowz: é a Gabi gritando, com uma bandinha boa de fundo.

Outras recentes descobertas auditivas: The Fiery Furnaces - Gallowsbird's Bark e Primal Scream - Dirty Hits. But then, que entendo eu de música?

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Vi três filmes que você não viu.

dreamers.JPGEm The Dreamers senti a coisa que sempre sinto em filmes dessa gente "celebrada" como o Bertolucci: o que viram aqui que eu não tô conseguindo achar? Cria um ambiente legal ligando revolução a fim da infância, e as duas coisas à paixão pelo cinema. Mas sinto que é meio sem direção, sem ponto, que tem umas coisas ou muito óbvias ou que não estou conseguindo decodificar. Acho que não é feito pra minha geração.

spartan.jpgSpartan é uma história-porcaria, mas uma história-porcaria muito bem contada. Pelo David Mamet. Aqui eu consegui ver o que as pessoas falavam da narrativa dele em O Assalto: tem uma estruutura, um pique, que torna tudo mais real. O legal é isso, o pique. Diálogo em cima de diálogo, personagens pensando no mesmo ritmo que você ou forçando que você pense no ritmo deles, situações que podem ser tal coisa, talvez sejam tal coisa, você acha que podem ser tal coisa e quando vê realmente era tal coisa e você está atrasado e já tem mais coisa pra você considerar.

eternal.jpgPra encerrar, Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Falar o quê? Roteiro incrível, direção sensacional, trilha maravilhosa. Tem um algumacoisa nos roteiros do Charlie Kaufman que vai além das idéias malucas - é a gente feia e falha, reduzida ao ridículo dos seus próprios sonhos. Os personagens são mais como você, numa perspectiva pessimista. Dá vontade de ver mais umas três vezes. Corridas. E assistir todos os filmes dele de novo.

Agora, como você, também já vi Shrek e Aranha 2. O primeiro é pra assistir um milhão de vezes pro resto da vida. Se eu tivesse um filho, seria o filme que ele e os amigos citariam até os 60, o marco da geração dele. Agora, o segundo Aranha é incrivelmente mais ridículo que o primeiro. Tem que ser comercial? Tem que ser simples porque o povo é burro? Então como é que Shrek consegue ser legal e você não?

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Vi três filmes que você não viu.

dreamers.JPGEm The Dreamers senti a coisa que sempre sinto em filmes dessa gente "celebrada" como o Bertolucci: o que viram aqui que eu não tô conseguindo achar? Cria um ambiente legal ligando revolução a fim da infância, e as duas coisas à paixão pelo cinema. Mas sinto que é meio sem direção, sem ponto, que tem umas coisas ou muito óbvias ou que não estou conseguindo decodificar. Acho que não é feito pra minha geração.

spartan.jpgSpartan é uma história-porcaria, mas uma história-porcaria muito bem contada. Pelo David Mamet. Aqui eu consegui ver o que as pessoas falavam da narrativa dele em O Assalto: tem uma estruutura, um pique, que torna tudo mais real. O legal é isso, o pique. Diálogo em cima de diálogo, personagens pensando no mesmo ritmo que você ou forçando que você pense no ritmo deles, situações que podem ser tal coisa, talvez sejam tal coisa, você acha que podem ser tal coisa e quando vê realmente era tal coisa e você está atrasado e já tem mais coisa pra você considerar.

eternal.jpgPra encerrar, Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Falar o quê? Roteiro incrível, direção sensacional, trilha maravilhosa. Tem um algumacoisa nos roteiros do Charlie Kaufman que vai além das idéias malucas - é a gente feia e falha, reduzida ao ridículo dos seus próprios sonhos. Os personagens são mais como você, numa perspectiva pessimista. Dá vontade de ver mais umas três vezes. Corridas. E assistir todos os filmes dele de novo.

Agora, como você, também já vi Shrek e Aranha 2. O primeiro é pra assistir um milhão de vezes pro resto da vida. Se eu tivesse um filho, seria o filme que ele e os amigos citariam até os 60, o marco da geração dele. Agora, o segundo Aranha é incrivelmente mais ridículo que o primeiro. Tem que ser comercial? Tem que ser simples porque o povo é burro? Então como é que Shrek consegue ser legal e você não?

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Roubaram minha carteira e meu celular. Na rodoviária de Porto Alegre.

Então, se eu chegar pra você, dizer que sou eu e tiver os documentos pra provar, não sou eu.

Até me convencerem do contrário, vou comemorar a vida sem celular. Voltar aos tempos do "se eu quiser falar com você, deixa que EU te ligo".

Pra quem diz "e como eu vivia sem celular antes?": em um dia você vai esquecer que ele existiu.

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Roubaram minha carteira e meu celular. Na rodoviária de Porto Alegre.

Então, se eu chegar pra você, dizer que sou eu e tiver os documentos pra provar, não sou eu.

Até me convencerem do contrário, vou comemorar a vida sem celular. Voltar aos tempos do "se eu quiser falar com você, deixa que EU te ligo".

Pra quem diz "e como eu vivia sem celular antes?": em um dia você vai esquecer que ele existiu.

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