desember 2003 Archives

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Ei, muito bom! Kyle Baker já tem imitadores à sua altura!

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Ei, muito bom! Kyle Baker já tem imitadores à sua altura!

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Resenhei A Galáxia da Internet para a Casulo (renascida!). Essa semana também entraram coisas bem legais, como uma entrevista com Crawford Kilian e resenhas de Emergência e Sobrevivente (novo do Chuck Palahniuk).

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Resenhei A Galáxia da Internet para a Casulo (renascida!). Essa semana também entraram coisas bem legais, como uma entrevista com Crawford Kilian e resenhas de Emergência e Sobrevivente (novo do Chuck Palahniuk).

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Assisti American Splendor. O filme é uma maravilha criativa, pois enfrenta o problema de como fazer um filme sobre a história real de uma pessoa que já conta sua história real em quadrinhos, e ainda consegue ser inteligente sem soar "poser". O grande valor está justamente na inocência dos diretores, que, apesar da boa dose de ironia na produção, dão uma aparência de objetividade e "fortuidade" que faz o filme brotar como algo inesperado.

Explicações: American Splendor é o nome de uma série em quadrinhos publicada desde 1976 por um sujeito feio, ranzinza, peludo, mal-humorado, brigão, reclamão e intratável chamado Harvey Pekar. Influenciado pelo amigo Robert Crumb (deus dos quadrinhos underground), Pekar resolveu contar as histórias de sua vida - desde seu encontro com velhinhas que atravancam a fila do caixa do supermercado às aventuras sexuais de seus amigos - em quadrinhos. Pekar só escreve, e dezenas de desenhistas convidados já ilustraram sua vida.

O que tem de interessante na vida de um cara banal? Bom, nada demais. Sua personalidade chata geralmente é o principal atrativo, mas ele não é um grande observador do cotidiano, nem grande filósofo, nem bom romancista. Ele se diferencia apenas porque resolveu mostrar sua banalidade aos outros através dos quadrinhos. As melhores histórias (das poucas que consegui ler) são as desenhadas por Crumb, que domina a narrativa e sabe usar o roteiro de Pekar contra o próprio. Esses momentos de ironia são o melhor da série, e a base para o filme.

Mesmo que você não tenha paciência de ler American Splendor, o filme é imperdível. É muito, muito bom. Entre os documentários de 2004, só não fica no topo porque esse ano assisti 24-Hour Party People. Não dá pra negar que, em se falando de ironia, os ingleses ainda são os melhores.

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Assisti American Splendor. O filme é uma maravilha criativa, pois enfrenta o problema de como fazer um filme sobre a história real de uma pessoa que já conta sua história real em quadrinhos, e ainda consegue ser inteligente sem soar "poser". O grande valor está justamente na inocência dos diretores, que, apesar da boa dose de ironia na produção, dão uma aparência de objetividade e "fortuidade" que faz o filme brotar como algo inesperado.

Explicações: American Splendor é o nome de uma série em quadrinhos publicada desde 1976 por um sujeito feio, ranzinza, peludo, mal-humorado, brigão, reclamão e intratável chamado Harvey Pekar. Influenciado pelo amigo Robert Crumb (deus dos quadrinhos underground), Pekar resolveu contar as histórias de sua vida - desde seu encontro com velhinhas que atravancam a fila do caixa do supermercado às aventuras sexuais de seus amigos - em quadrinhos. Pekar só escreve, e dezenas de desenhistas convidados já ilustraram sua vida.

O que tem de interessante na vida de um cara banal? Bom, nada demais. Sua personalidade chata geralmente é o principal atrativo, mas ele não é um grande observador do cotidiano, nem grande filósofo, nem bom romancista. Ele se diferencia apenas porque resolveu mostrar sua banalidade aos outros através dos quadrinhos. As melhores histórias (das poucas que consegui ler) são as desenhadas por Crumb, que domina a narrativa e sabe usar o roteiro de Pekar contra o próprio. Esses momentos de ironia são o melhor da série, e a base para o filme.

Mesmo que você não tenha paciência de ler American Splendor, o filme é imperdível. É muito, muito bom. Entre os documentários de 2004, só não fica no topo porque esse ano assisti 24-Hour Party People. Não dá pra negar que, em se falando de ironia, os ingleses ainda são os melhores.

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Assim como os cigarros são instrumentos para fornecer nicotina, um "filme de ação" ou videogame violento é uma ocasião para fornecer doses concentradas de adrenalina. Não admira que sejam resenhados como se fossem produtos farmacêuticos.

Todd Gitlin, em Mídias Sem Limite, minha melhor leitura desse mês. Se bem que com Entretenimento: Uma Crítica Aberta, o páreo é duro.

Recomendo os dois.

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Assim como os cigarros são instrumentos para fornecer nicotina, um "filme de ação" ou videogame violento é uma ocasião para fornecer doses concentradas de adrenalina. Não admira que sejam resenhados como se fossem produtos farmacêuticos.

Todd Gitlin, em Mídias Sem Limite, minha melhor leitura desse mês. Se bem que com Entretenimento: Uma Crítica Aberta, o páreo é duro.

Recomendo os dois.

Cinema, Literatura e Piscinas. Vamos lá.

Filmes baseados em livros estão decadentes. Foram dois que me deixaram com essa impressão: O Estranho Mundo de Igby e Deixe-me Viver. O primeiro é um roteiro cinematográfico original, mas está fortemente baseado em O Apanhador no Campo de Centeio. Só não é o que o clássico merece. O roteirista/diretor Burr Steers não consegue colocar a interpretação inconstante que a gente faz do Holden Caulfield no Igby. Falta um toque que individualize o filme, que não o faça parecer tão certinho e respeitoso. De qualquer forma, tem seus momentos. O outro, White Oleander no original, vem daqueles livros-dramalhões que sua mãe deve gostar, mas que soa bem escrito. A adaptação, mais uma vez, é pouco ousada. Tenta ser fiel, não interpreta o livro com olhos enviesados.

(Falando em adaptações, tem uma onda de filmes baseados em filmes. O Chamado - nas duas versões -, MedoPontoCom e The Eye são o mesmo filme, né? Falta uma boa pesquisa pra saber quem copiou quem. O último ainda tem um desfecho igual-igual-igual a A Última Profecia - e também gostaria de saber se foi mais um caso de "engarrafamento no idéiaespaço" ou plágio descarado.)

Bons filmes sobre literatura são coisa rara. Demorei a entender Swimming Pool, mas depois de entendido (se é que entendi - é daqueles filmes pra ficar discutindo) dá pra sentir como ele é interessante e original. Estréia por aqui daqui uns dias e, mesmo se você for do tipo que não gosta de pensar, ainda tem a Ludivine Sagnier com e sem biquíni.

Dá pra pensar que os diretores estão tentando transmitir a sensação da literatura, na qual sua cabeça fica muito mais aberta para imaginar personagens e situações do que num filme. Tentam manter-se fiéis ao livro para que a platéia do cinema também faça suas interpretações. Mas não adianta, o filme já é uma interpretação e você não tem como ou por que lutar contra isso. Sai ganhando quem sabe buscar as intersecções mais interessantes entre filmes e livros - e Swimming Pool é o que sabe fazer isso da forma mais criativa.

Cinema, Literatura e Piscinas. Vamos lá.

Filmes baseados em livros estão decadentes. Foram dois que me deixaram com essa impressão: O Estranho Mundo de Igby e Deixe-me Viver. O primeiro é um roteiro cinematográfico original, mas está fortemente baseado em O Apanhador no Campo de Centeio. Só não é o que o clássico merece. O roteirista/diretor Burr Steers não consegue colocar a interpretação inconstante que a gente faz do Holden Caulfield no Igby. Falta um toque que individualize o filme, que não o faça parecer tão certinho e respeitoso. De qualquer forma, tem seus momentos. O outro, White Oleander no original, vem daqueles livros-dramalhões que sua mãe deve gostar, mas que soa bem escrito. A adaptação, mais uma vez, é pouco ousada. Tenta ser fiel, não interpreta o livro com olhos enviesados.

(Falando em adaptações, tem uma onda de filmes baseados em filmes. O Chamado - nas duas versões -, MedoPontoCom e The Eye são o mesmo filme, né? Falta uma boa pesquisa pra saber quem copiou quem. O último ainda tem um desfecho igual-igual-igual a A Última Profecia - e também gostaria de saber se foi mais um caso de "engarrafamento no idéiaespaço" ou plágio descarado.)

Bons filmes sobre literatura são coisa rara. Demorei a entender Swimming Pool, mas depois de entendido (se é que entendi - é daqueles filmes pra ficar discutindo) dá pra sentir como ele é interessante e original. Estréia por aqui daqui uns dias e, mesmo se você for do tipo que não gosta de pensar, ainda tem a Ludivine Sagnier com e sem biquíni.

Dá pra pensar que os diretores estão tentando transmitir a sensação da literatura, na qual sua cabeça fica muito mais aberta para imaginar personagens e situações do que num filme. Tentam manter-se fiéis ao livro para que a platéia do cinema também faça suas interpretações. Mas não adianta, o filme já é uma interpretação e você não tem como ou por que lutar contra isso. Sai ganhando quem sabe buscar as intersecções mais interessantes entre filmes e livros - e Swimming Pool é o que sabe fazer isso da forma mais criativa.

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Eu não tô aqui.

Mas aqui sim. E com bolsa.

(Notícia velha, mas não podia perder a oportunidade de usar a imagem.)

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Eu não tô aqui.

Mas aqui sim. E com bolsa.

(Notícia velha, mas não podia perder a oportunidade de usar a imagem.)

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Todo ser humano merece duas sessões de cinema na colada de vez em quando. Mesmo que não tenha qualquer expectativa quanto aos filmes.

S.W.A.T. é uma porcaria, claro. Mas com alguma classe. Tem um puta diretor de ação, Clark Johnson, que tem boa imaginação visual para as cenas. Mas que é limitado por um roteiro abaixo do medíocre.

American Pie - O Casamento, apesar de ser a mais fraca das três tortas, fecha bem a série. Sim, eu sou o único fã de American Pie com mais de doze anos, mesmo que tenha vergonha de admitir isso. Me identifiquei com o primeiro - tenho alguma coisa com filmes adolescente que não descambam 100% para a bobagem - e seguir a "saga" de Jim Levistein me pareceu uma coisa natural. É uma adolescência idealizada, e por algum motivo isso que me cativa.

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Todo ser humano merece duas sessões de cinema na colada de vez em quando. Mesmo que não tenha qualquer expectativa quanto aos filmes.

S.W.A.T. é uma porcaria, claro. Mas com alguma classe. Tem um puta diretor de ação, Clark Johnson, que tem boa imaginação visual para as cenas. Mas que é limitado por um roteiro abaixo do medíocre.

American Pie - O Casamento, apesar de ser a mais fraca das três tortas, fecha bem a série. Sim, eu sou o único fã de American Pie com mais de doze anos, mesmo que tenha vergonha de admitir isso. Me identifiquei com o primeiro - tenho alguma coisa com filmes adolescente que não descambam 100% para a bobagem - e seguir a "saga" de Jim Levistein me pareceu uma coisa natural. É uma adolescência idealizada, e por algum motivo isso que me cativa.

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Estou famoso! Tem quase 15 cm quadrados com minhas palavras e meu nome na Folha de S. Paulo de ontem: na Ilustrada, página 1, ou aqui.

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Estou famoso! Tem quase 15 cm quadrados com minhas palavras e meu nome na Folha de S. Paulo de ontem: na Ilustrada, página 1, ou aqui.

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"Agora vou voltar a como Sumire e Miu se conheceram. Miu ouvira falar em Jack Kerouac e tinha uma vaga noção de que ele era romancista de um certo tipo. De que tipo, ela não se lembrava.

- Kerouac... Hmmm... Não era um Sputnik?

Sumire não entendeu o que ela quis dizer. Garfo e faca no ar, refletiu um pouco.

- Sputnik? Refere-se ao satélite que os soviéticos lançaram na década de cinqüenta? Jack Kerouac foi um romancista americano. Acho que realmente coincidiram em termos de geração...

- Não é assim que chamavam os escritores na época? - perguntou Miu. Traçou, com a ponta do dedo, um círculo sobre a mesa, como se remexesse em um vidro especial, cheia de recordações.

- Sputnik...?

- O nome de um movimento literário. Você sabe... como classificam escritores nas diversas escolas literárias.

(...)

- Beatnik!

Miu delicadamente limpou o canto da boca com o guardanapo.

- Beatnik, Sputnik. Nunca me lembro desse tipo de termos. É como o Kenmun Restoration ou o Tratado de Rapallo. História antiga.

Um silêncio delicado desceu sobre elas, sugestivo do fluxo do tempo."

Haruki Murakami, Minha Querida Sputnik. Como é bom poder ler ficção de novo. Pena que seja tão curtinho...

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"Agora vou voltar a como Sumire e Miu se conheceram. Miu ouvira falar em Jack Kerouac e tinha uma vaga noção de que ele era romancista de um certo tipo. De que tipo, ela não se lembrava.

- Kerouac... Hmmm... Não era um Sputnik?

Sumire não entendeu o que ela quis dizer. Garfo e faca no ar, refletiu um pouco.

- Sputnik? Refere-se ao satélite que os soviéticos lançaram na década de cinqüenta? Jack Kerouac foi um romancista americano. Acho que realmente coincidiram em termos de geração...

- Não é assim que chamavam os escritores na época? - perguntou Miu. Traçou, com a ponta do dedo, um círculo sobre a mesa, como se remexesse em um vidro especial, cheia de recordações.

- Sputnik...?

- O nome de um movimento literário. Você sabe... como classificam escritores nas diversas escolas literárias.

(...)

- Beatnik!

Miu delicadamente limpou o canto da boca com o guardanapo.

- Beatnik, Sputnik. Nunca me lembro desse tipo de termos. É como o Kenmun Restoration ou o Tratado de Rapallo. História antiga.

Um silêncio delicado desceu sobre elas, sugestivo do fluxo do tempo."

Haruki Murakami, Minha Querida Sputnik. Como é bom poder ler ficção de novo. Pena que seja tão curtinho...

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